Clássico

>> segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Um clássico com grande intensidade, grande entrega de parte a parte, com ambas as equipas com a consciência do que estava em jogo. Como tinha dito há umas semanas atrás o que estava em causa era muito. O Benfica, em caso de vitória, coloca-se com mais quatro pontos que o Futebol Clube do Porto, e basta-lhe fazer um golo no Dragão, para quase garantir vantagem em confronto directo (o Porto teria que fazer 3 golos para assim não ser).

De todo o modo quatro pontos é ainda uma vantagem ténue, tendo o Benfica que se aplicar bastante para manter essa vantagem até final. Por outro lado, tem a vantagem de jogar na Luz contra Sporting e contra Braga, afigurando-se uma segundo volta, teoricamente, mais acessível do que esta primeira.

Descendo ao jogo, o Porto apresentava-se na sua máxima força, enquanto o Sport Lisboa e Benfica apresentava uma equipa sem Di Maria, Coentrão e o cérebro Aimar, com Ramires em baixo de forma e Urreta e Carlos Martins sem a melhor das formas físicas. Por outro lado, jogava em sua casa, diante de um público fantástico. Jorge Jesus, surpreendeu com a inclusão de Urreta no 11, mantendo Peixoto na lateral, dando assim primazia à estabilidade nas escolhas na zona mais recuada do Benfica. Por outro lado, opta por Carlos Martins em detrimento de Menezes. O Porto, mantém o seu 4-3-3, com Hulk e Rodriguez nos flancos e Falcão como homem golo dos azuis e brancos.

Os primeiros 5 minutos do Futebol Clube do Porto foram de grande qualidade, fazendo temer as hostes Benfiquistas. A partir daí, e até ao final da parte, foi um autêntico massacre do Benfica, um jogo de um só sentido, com os encarnados a criarem imensas oportunidades a terem mais bola e a jogarem melhor quando o terreno do jogo ainda oferecia essas possibilidades a ambas as equipas. No segundo tempo, o Porto foi atrás dos resultados, equilibrou o jogo, conseguiu superiorizar-se ligeiramente ao Benfica, mas nunca com a amplitude que os encarnados o fizeram na primeira parte. Foi um jogo guerreiro, muitíssimo viril, de lutadores. Um jogo de coração e paixão, onde o espírito de campeão foi colocado à prova. O Porto, a perder, nunca foi capaz de verdadeiramente incomodar o Benfica, excepção feita a uma extraordinária defesa de Quim. O Benfica, acabou o jogo, por cima, com uma sucessão de cantos. Pelo que vi, cumpre dizer, que o resultado foi justo, e que mais facilmente se entenderia o 2-0 que o 1-1. No Benfica, salienta-se o jogo fantástico do jogador quase perfeito David Luiz, provavelmente, o jogador mais completo dos últimos 10 ou 15 anos no Sport Lisboa e Benfica. Um central de classe mundial, um dos melhores do mundo. Luisão, fantástico, anulou Falcão. Quim atento, Maxi e Peixoto competentes. Ramires, uma formiguinha que está em todo o lado. Urreta, entrou bem e foi um dos melhores na primeira parte, talvez o melhor. Fantástica prestação. Martins, talvez o menos inspirado, mas com uma exibição regular. Javi Garcia, a qualidade táctica do costume. Saviola, um dos melhores atacantes que já passou pelo futebol Português. Cardozo, mais anulado pela defesa dos azuis e brancos mas a arrastar consigo um defesa azul abrindo espaço para o pequeno Saviola. Luís Filipe, ainda não tinha jogado, e jogou bem. Filipe Menezes a crescer e Weldon com excelentes arrancadas do lado esquerdo. O Benfica acabou a jogar, com Luís Filipe a médio direito e Weldon na esquerda.

Quanto à arbitragem, foi um jogo dificílimo de gerir. Lucílio Batista tinha uma grande pressão a recair sobre ele. Comete, quanto a mim, três grandes erros, todos em beneficio do Porto. Álvaro Pereira, deveria ter sido expulso, entradas duríssimas, sobre David Luiz (talvez até para vermelho directo) e uma mais tarde sobre Ramires que viria a deixar lesionado o jogador encarnado. Uma outra expulsão perdoada a Rodriguez que autenticamente agrediu um jogador Benfiquista, numa entrada completamente fora de tempo. E por fim, também Rodriguez, cometeu um penalty claro, ao colocar a mão na bola. Seria penalty, e Rodriguez viria a ser expulso. Com tudo isto assinalado, o Benfica poderia, facilmente, ter saído da Luz com uma vitória por 3 ou 4 zero.

Mas enfim. O Benfica ganhou e mostrou estofo de campeão. Mas a procissão ainda vai no adro. Vamos aguardar, com calma, muita calma ;)

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