Ganhar uma Geração, por Tiago Mendonça

>> segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Hoje finalizo a crónica Ganhar uma Geração. E como vos tinha prometido, vou falar do trabalho que desenvolvi, nos últimos 3 anos, enquanto presidente da secção da JSD/Moscavide.

Em primeiro lugar, cumpre fazer um enquadramento, destacando as inúmeras dificuldades com que me deparei, quando assumi a liderança desta secção. Dificuldades externas, essencialmente pela fraca implementação do PSD no local, relegado para terceira força política. Dificuldades internas, mais que muitas. Muitos militantes a saírem, por fazerem 30 anos de idades, decisões tomadas a nível distrital, que condicionariam as decisões a tomar no processo distrital que opôs o Bruno Ventura e o Francisco Peres, logo três ou quatro semanas depois da minha eleição, e o PSD num reboliço interno, com uma Comissão Política instituída que olhava para a JSD, pelo menos inicialmente, como “persona non grata” e movimentos na oposição. Para além disso, alguns elementos da anterior comissão politica, tinham-se candidato contra mim, pessoas com experiência e qualidade, como a Rita Pedro, a Ana Veiga ou a Joana Belo, pessoas com quem não poderia contar, pelo menos no imediato e de forma muito próxima para esta nova fase da minha vida. Ganhei no dia 12 de Junho de 2006. 19 anos de idade.

Como vice-presidentes, o Tiago Duarte, que esteve comigo deste o primeiro momento. O Tiago e a Denise Cadete, que asseguravam a experiência necessária. Convidei para o Ensino Superior a Vanessa Sousa, que tinha sido presidente de associação de estudantes no Secundário. Para o Secundário, o promissor Diogo Leite. Tinha ainda, a Raquel Ferreira, a Ana Cassamo e a Mariana Manarte. O Luís Alcobia na Informação, o David Costa como vogal, e a secretaria-geral entregue ao Pedro Correia, sendo o adjunto o Luís Guerreiro. Apostei muito, nesta secretaria-geral que viria a ser o motor daquela comissão política.

A segunda comissão política teve enormes mudanças. Não por divergências pessoais ou políticas, mas porque os objectivos eram outros. E as pessoas tinham evoluído e tinham seguido, algumas delas, caminhos diferentes. Depois ouve o problema do processo vergonhoso movido pela Jurisdição e fomos a eleições novamente e fiz apenas um pequeno reajuste. Algumas pessoas passaram também para a mesa, agora presidida pelo Tiago Duarte, cujo primeiro vice-presidente é o Sérgio Perfeito. Enfim, outras pessoas vão entrando, algumas saindo, mas chamo a atenção para as entradas do Jorge Batista, do Tiago Fonseca e da Mariana Seixas, pelo papel que assumiram.

Feito este enquadramento que já vai grande, defini que queria fazer dois mandatos. 2006-2010. Com este processo, o meu mandato acaba mais tarde. Para estes quatro anos, tínhamos dois grandes objectivos. Um em 2009, a questão autárquica. Não me posso pronunciar sobre isso, porque estamos em pleno processo de fecho de listas. Mas posso adiantar que conseguimos muito daquilo com que ambicionámos, e tudo pelo trabalho feito. O outro objectivo para 2010, não o escondo, era sermos uma secção modelo a nível distrital, com uma projecção ao nível da formação de quadros e da actividade desenvolvida, que permitisse que a JSD/Moscavide pela sua credibilidade e reconhecimento pudesse ser determinante na influência das politicas seguidas a esse nível de circunscrição. A ver vamos sobre isso.

Os primeiros seis meses, eram para arrumar a casa e tentar aguentar o impacto da perda de militantes. O número de militantes que teríamos hoje se nenhum tivesse sido feito, era de cerca de 75. Temos mais do dobro. Objectivo conseguido. Mas não era aumentar apenas porque sim. Queríamos as melhores taxas de participação. E também o conseguimos. Não só na JSD, que mesmo com listas únicas tem uma forte afluência, mas também no PSD, que por influência da JSD, nomeadamente no caso das eleições directas teve a melhor taxa de participação do Distrito. Este crescimento baseou-se no conhecimento pessoal e na visita às escolas bem como nas sucessivas reuniões que fomos tendo com grupos de alunos interessados. Os militantes foram feitos pela qualidade. Prova disso é o Gabinete JSD, agora formado, que reúne tantos e tantos jovens e muitos independentes. Todos juntos, para Ganhar esta Geração. Não interessa o lugar. Interessa fazer mais. Grande agradecimento a todos eles.

O outro objectivo era melhorarmos na informação. Também o conseguimos. Durante meses, o Grande Jota, entrevistou deputados, vereadores e outros ilustres convidados. Chegámos a ter edições com mais de 20 páginas e rompemos com tudo o que tinha de ser feito. Grande presença nas redes sociais, foi aí, por exemplo, que descobrimos o Tiago Fonseca um muitíssimo promissor quadro da nossa estrutura. Muitas horas, estivemos no MSN, a conversar com os militantes. Melhorámos também a saúde financeira da secção.

Actividades e Moções. Muitas actividades. O Debate sobre o aquecimento global, o debate sobre as drogas leves, a grande discussão sobre a questão da legalização da prostituição, a iniciativa sobre o financiamento do ensino superior, o lançamento das bases do guia do voluntariado, o documento sobre a agricultura biológica, o debate sobre o impacto da televisão nos média, o mês da solidariedade, foram apenas exemplos do que desenvolvemos. E tantas e tantas moções. A moção do Pedro, alargada a tantos sectores da nossa sociedade. A moção sobre o ensino superior. O Projecto Politico Para Portugal. A moção sobre a livre militância, tema que levámos à aprovação em Conselho Distrital e Congresso Nacional. Hoje também por isto, podemos olhar para trás e dizer dever cumprido.

Actividades, Informação, Implementação no Terreno, Crescimento de Militantes, Reconhecimento Distrital e Nacional. O que falta aqui? Autonomia. Conseguimos manter a equidistância e a autonomia com tantas e tantas eleições. Renunciamos a todos os lugares na AML. Renunciamos a lugares para o Congresso Nacional do PSD. Renunciamos agora a lugares para a Comissão Politica do Partido. Sempre com a autonomia e a equidistância que nos caracteriza. Tenho muito orgulho, em toda a equipa por ter sabido manter esta postura.

Para o futuro, não escondemos o que queremos. Um crescimento recorde ao nível de militantes, sem esquecer a qualidade. E sem esquecer a taxa de participação que queremos ter. Mas muitos dos independentes que foram trabalhando no Gabinete querem agora juntar-se a nós. Uma palavra para o Gabinete: É um grupo que aglutina independentes e que permite aos jovens militantes um entendimento gradual da politica e da JSD. Começam por assistir a Assembleias de Secção e Conselhos Distritais, começam a redigir bases para moções, depois textos para publicação, organizam a parte temática das actividades, até que por fim, com um ou dois anos de Gabinete, integram a Comissão Politica. É uma grande medida, talvez a que mais me orgulho. A criação do Gabinete JSD assegura, verdadeiramente, a sustentabilidade politica da JSD/Moscavide nos próximos largos anos. O outro objectivo, é efectivarmos o que tínhamos delineado para 2010. Influenciar, decisivamente, o rumo do Distrito. Sem nenhuma fanfarronice, muito nos orgulharia, que a próxima Distrital observasse o exemplo que vem de Moscavide. Não só de Moscavide. Também de Oeiras, também de Odivelas e de algumas outras secções. E estou confiante que isso sucederá.

Termino esta rubrica, que muito gosto me deu. Lembrando da surpresa. Hoje estou sorridente. E orgulho-me muito do que fiz e do que quero fazer pela JSD/Moscavide, mas, sobretudo, pelos jovens. Quero mesmo ganhar o futuro, ganhar esta Geração!

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