Errar é humano...melhorar também!

>> quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Todos os seres humanos erram. Uns mais, outros menos, outros em situações mais importantes outros em situações menos importantes. Mas nenhum ser humano está isento ao erro. Erros de avaliação, erros de análise, erros na resposta que se dá aos problemas com que nos deparamos, erros de organização, de sistematização. Todos erramos, muitas vezes, mais que uma vez por dia.

Mas, julgo que o objectivo de cada um, deve passar por errar o menos possível. Esforço-me também por isso. Julgo que grande parte das decisões que tomamos são decisões de raciocínio marginalista, isto é, decisões de momento, em que temos de tomar uma decisão num curtíssimo espaço de tempo, decisões tomadas em milésimas de segundo e que podem ter enormes consequências futuras.

Julgo que a melhor maneira de errarmos menos é antecipando cenários. Abrindo sub-hipoteses, perspectivando as consequências que podem advir de tomarmos esta ou aquela decisão. Se partirmos para uma reunião, para uma oral, para uma viagem de automóvel já pensando sobre o que se poderá passar e como vamos decidir se nos depararmos com determinada situação, ganhamos precioso tempo, de que não vamos dispor no momento da tomada de decisão, e aumentamos substancialmente as nossas hipóteses de sucesso, de não errar.

Os meus maiores erros, são os que advém de precipitação. De ter o coração na boca, de vibrar e sentir as coisas e não me conseguir resguardar atrás de um sorriso cínico. De defender o que acredito. Mas às vezes precipito-me e dou, por exemplo, más respostas a quem não merece. Todos erramos. E feito o erro o que fazer?

Julgo que devemos não minimizar o erro que cometemos. Uma pessoa que conheço, ainda não resolveu um problema gravíssimo de personalidade, porque simplesmente minimizou com a colaboração de falsos amigos o enorme erro que cometeu. Grandes erros, não são errozinhos. Mas também não devemos maximizar os nossos erros, e hiperbolizar o que fizemos. Não devemos remoer sobre a atitude tomada. Nem minimizar nem maximizar. Devemos, pelo contrário, perceber claramente e delimitar o erro cometido. Posteriormente, identificar as causas que nos levaram a cometer o erro, para que, de futuro, as possamos eliminar e evitar a repetição da atitude que tomámos. Depois, é fundamental percebermos as consequências que podem advir do erro que tomámos, devendo olhar para as mesmas sob duas perspectivas: Por um lado, assumir as consequências e tirar todas as ilações que tiverem de ser retiradas. Por outro lado, minimizar as consequências e tentando salvar o que existir para salvar. E sempre com isto em mente: Procurar o lado positivo, mesmo daquelas situações que aparentam só ter uma componente negativa.

Em suma, perceber as causas para não voltar a cometer o mesmo erro. Assumir as consequências que advém do erro, tentando, no entanto, minimiza-las e potenciar o aspecto positivo, que por obscuro que seja, está inerente a qualquer acção humana.

Quem não fizer este percurso, julgo que dificilmente poderá superar os erros cometidos e os piores aspectos da personalidade. No caso que mencionei, o que a pessoa fez foi minimizar completamente o erro que fez, e por não ter amigos que, pelo menos lhe concedessem uma segunda versão, acreditou mesmo naquela ilusão mental. Por minimizar o erro, e estar-se nas tintas para as causas, não retirou qualquer consequência e cometeu mais um erro. Passe o pleonasmo, olhou para o erro, no seu todo como algo de bom, um passaporte para algo fantástico. Ora o problema, no caso, um problema de estrutura, de equilíbrio e de personalidade está lá. E não foi superado. Resultado evidente: irá cometer o erro, muitas mais vezes, tantas até, na minha opinião, fazer este percurso.

Este ponto leva-me para um outro. É fantástico procurarmos escapes na nossa vida, situações, um pouco fora do caminho normal, que nos permitem aliviar, por exemplo, sentimentos mais negativos. Mas temos de ter a consciência disto, e faço a metáfora de uma bebedeira: Podemos até naquele par de horas esquecer tudo, mas quando voltarmos à “first life” o problema está exactamente igual. Nada fizemos para o mudar. Podemos andar uns meses em farras, quase sem dormir, mas nada fizemos para ultrapassar esse problema gravíssimo, no caso.

Quando nos dói algo, até poderemos tomar um medicamento para aliviar a dor. Mas temos de ir a um médico, perceber as causas da dor e ataca-las.

Enfim, para férias já dissertei de mais sobre isto. Mas também acho que é desta mistura entre textos mais profundos e que resultam de divagações mentais que vão ao profundo do meu ser, com banalidades e desabafos, com textos políticos importantes e com debate de ideias sobre politica e outros assuntos. É um pouco de tudo.

1 comentários:

OrangeGirl 13 de agosto de 2009 às 02:45  

errar é de facto humano mas não será também humano perdoar?

está claro que como se costuma dizer 'as desculpas não se pedem, evitam-se' .. para muitos que pensam que não errar é um 'dom', o verdadeiro 'dom' é sim saber perdoar.
não é por isto que vamos cometer agora as maiores falhas, claro que devemos todos melhorar e errar o menos possivel.

dando o exemplo, as vezes errar ate tem os seus pontos positivos.
por vezes ao errar ganham-se certezas e opiniões sobre algo ou alguém que podem vir a fortalecer situações, relacionamentos, o que quer que seja..
damos por nos a pensar 'ainda bem que aconteceu, aprendi, melhorei' .. sim, porque errar ajuda-nos a melhorar..

e o mais humilde e verdadeiro é o que erra, assume-o e pede desculpa, não o que mente, não assume e tenta remediar a situação usando desculpas esfarrapadas e colocando a culpa do seu erro em terceiros..

em suma, errar é totalmente humano e não completamente negativo pois com os nossos erros aprendemos e melhoramos como pessoas