Dia B, por Bruno Antunes

>> quarta-feira, 10 de junho de 2009

(O texto foi me enviado no Domingo, mas por lapso meu, apenas hoje o consegui publicar. Responsabilizo-me portanto, pelas eventuais desactualizações que o mesmo contenha.)

Benfica.

Hoje fala-se acima de tudo das eleições europeias que merecerão um comentário meu mais tarde tendo em conta que muito há a dizer e que a disponibilidade não abunda. Trago-vos hoje o tema Benfica, numa análise sucinta do que foi a época 2008/09 para o clube da Luz.

No futebol a época só não foi um desastre total porque o Benfica ganhou a Taça da Liga, troféu ainda considerado menor mas que com o tempo se espera que ganhe importância. No entanto, a Taça da Liga ainda é o parente pobre do futebol português e não safa ninguém. No campeonato um mísero terceiro lugar (tal como seria o segundo), na Taça de Portugal a miséria com o Benfica a cair prematuramente na prova. Os maus resultados deveram-se a muitos factores. Abstraindo-me dos já naturais e habituais factores externos que influenciam os jogos e campeonatos de modo inqualificável cabe aferir dos demais factores. O Benfica comprou muito e muitas vezes mal. Apostou em Aimar, que terá até sido barato mas que ainda assim, para o que custou, terá rendido muito pouco. Apostou-se em Reyes que oscilou um pouco em exibições, assim como em Suazo que prometeu muito (de acordo com a forma que jogou no primeiro jogo) mas que rendeu muito pouco até tendo em conta o salário que auferia. Já a aposta em Carlos Martins terá também sido um pouco inadequada, falhou muitos passes o médio. A colocação de Ruben Amorim nos extremos foi um erro crasso que dá ideia que terá sido posteriormente reconhecido pelo técnico. A não colocação de Cardozo que marcou mais de 15 golos também pode ser uma causa. Depois coloca-se a questão: Como se compreende que o Benfica não tenha ido buscar laterais em Janeiro, sendo forçado a jogar com centrais naquela posição? Não se compreende. A troca de guarda-redes também não terá sido benéfica. Além disto, Quique menosprezou a possibilidade de ter informações sobre o futebol português através de Diamantino e Chalana, o que lhe terá saído caro, pois o modo como jogava com equipas fechadas revelou-se catastrófico, basta dizer que sofreu nos dois jogos (juntos) 7 golos do Paços de Ferreira! Em suma a época não foi fantástica, Quique parece estar de saída e Jorge Jesus na calha. Vou tentar desprezar as declarações aos media depois dos jogos do Braga com o Benfica e Porto.

Cabe ainda uma referência para as modalidades. No Futsal o Benfica está muito forte. Ganhou a Taça de Portugal de modo categórico e está muito bem no campeonato. Espera-se o título.

No Basquetebol sagrou-se campeão nacional através de uma performance fantástica e extraordinária. Na fase regular venceram todos os jogos e na final ganharam por uns expressivos 4 jogos a 0. Incrível.

No Volei, a época não foi famosa, mas espera-se que brevemente de reedite a vitória no campeonato nacional que ocorreu de modo fantástico há poucos anos atrás, altura em que ganhou quase todos os jogos.

No Andebol, o Benfica foi até á final onde faltou pouco para ganhar, perdeu por 3-2, numa final em que o factor casa terá sido preponderante. Ainda venceu a Taça da Liga.
No Hóquei continua o desastre com anos sucessivos sem ganhar um campeonato.
Outras modalidades há, mas estas são aquelas às quais é dada maior relevância.

Depois de analisada a época do Sport Lisboa e Benfica que balanço final retirar? Se pusermos em cima da mesa todas as modalidades ao mesmo e nível e com o mesmo peso, dir-se-á que foi um ano positivíssimo, um ano, numa escala de 0 a 20, de 15 valores. No entanto, o peso do futebol ultrapassa em larga medida o das restantes modalidades. Nesse contexto somos tentados a atribuir nota negativa à época do Benfica mas isso seria reconhecer que sempre que a época futebolística não correr bem, mesmo que nas restantes modalidades o Benfica seja campeão, a época é negativa. Não podemos concordar. Uma nota de 11 valores para a época aplica-se bem.

A direcção tem agora obrigação de actuar bem no mercado, mas não parece ter começado muito bem. Contratações de montante muito elevado e agora as notícias que dão conta da pretensão de o Benfica vender jogadores que são basilares no Benfica, não antevêem nada de bom. A ver vamos se esta época não será mais uma em que a frase “Para o ano é que é” se aplica. A ver como funcionará o Benfica.

0 comentários: