Love

>> sexta-feira, 8 de maio de 2009

Como intróito, dizer desde já, que não acredito no amor à primeira vista. Quanto muito, paixão à primeira vista. E mesmo assim, muitas dúvidas. O amor é algo que é construído ao longo dos tempos, que tem uma história, que vai decorrendo e oscilando ao longo dos anos. O amor, contrariamente ao que se diz, é racional. Mais, o amor só surge, após aquele primeiro período, que durará alguns anos, da paixão, onde tudo é turvo, onde se vê tudo em tons laranjas (cor-de-rosa recuso-me) e onde se constrói uma realidade paralela. Esse período da paixão, durará, diz a ciência, dois ou três anos. Curiosamente, muitos dos namoros, acabam por aí. Nesse período de transacção, onde a paixão arrebatadora a vontade incontrolável de estar com a outra pessoa dá lugar a um respeito e admiração. A um carinho, mais calmo, mas mais terno e mais estável. Nesses período muitos namoros acabam. Porque durante a paixão nada se construiu. Nada se cimentou. Nada ficou. Aliás, é bem possível, que alguém se apaixone por outra pessoa, até vários anos, sem que depois a venha a amar. São sentimentos diferentes, inconfundíveis.

Posto isto, admitindo que o amor é então algo de racional, realidade que apenas exprime a minha opinião, que, nessa medida, é revestida de grande subjectividade, então o amor é sempre possível. Ou seja, aquelas conversas, que nós rapazes muitas vezes temos, em que afirmamos que tal rapariga é de “outro campeonato”, não têm razão de ser.

Potencialmente, é possível que qualquer rapaz tenha uma relação amorosa com qualquer rapariga. E vice-versa. Existem várias condicionantes.

O aspecto geográfico (difícil uma relação amorosa entre o habitante do Burundi e uma Sueca), o aspecto histórico (igualmente improvável uma relação amorosa entre um Senhor de 75 anos e uma menina de 15), o aspecto económico, o aspecto cultural e, principalmente, um conjunto de características. Pensem num namoro como um bolo, que tem que, necessariamente, ser feito a dois.

A Ana terá um conjunto de ingredientes. O Bento terá outros ingredientes. Ora, para que eles tenham uma relação amorosa, para além de todas as condicionantes que acima referi, devem ter ingredientes compatíveis e que ambos gostem. Por exemplo, se eu odeio pessoas arrogantes, até me posso apaixonar por uma (em limite) mas dificilmente vou ama-la, pois falta um ingrediente fundamental, para mim, para poder construir o bolo.

Atenção: As pessoas não têm de ser iguais. É mesmo verdade, que os opostos se atraiem. Mas não é possível entre duas pessoas que não se admirem mutuamente. É impossível um amor, irracional.

Ou seja, em jeito de conclusão, caras amigas e amigos, para mim o amor, é uma escada que se vai subindo. Racional. Constrói-se ao longo do tempo. Só ama quem quer. E é possível, mesmo quando se pensa que não, que aquela pessoa ceda aos nossos encantos. Não há raparigas nem rapazes de outro campeonato. Jogamos todos na primeira liga.

Eu posso ser o rapaz mais giro do mundo (e não foge muito à verdade ;) ) mas gostar de raparigas com determinadas características físicas que não as fazem as mais giras do mundo. Eu posso gostar de mulheres arrogantes. É uma escolha que se vai fazendo. O amor é isso mesmo, um bolo que se vai construindo, ingrediente a ingrediente. É saber desfruta-lo.

Uma ultima nota, para dizer, que é muito mais difícil é abandonar a construção do bolo. Quando achamos que o bolo está óptimo, quando está quase concluído, e afinal para a outra pessoa está tudo menos bem e decide terminar a relação. Ai entramos na emoção, no imponderável e no incontrolável. As coisas são complicadas.

Pensem nisto. E nunca, mas nunca, desistam do vosso Brad Pitt ou da vossa Angelina Jolie. Lutar, lutar, lutar. Lá chegarão. E para quem está agora a sair de uma relação, coragem também. São, de certeza absoluta, melhores cozinheiros do que eram há 3 ou 4 anos. E por isso, o próximo bolo, sairá de certeza melhor. E se as coisas acabaram porque a outra pessoa, estupidamente, destruiu o bolo comum, pensem também no lado positivo. Não seria muito pior, quando o bolo estivesse quase, quase pronto, ser destruído? É sempre melhor mais cedo do que mais tarde.

Sobre amores emocionais e não racionais, em aspectos estritamente terrenos, não abarcando agora na transcendência da crença em Deus, falo-vos daqui a uns dias. Aliás, em bom rigor, eu já escrevi esse post. Mas se deixo aqui todos de seguida, depois ficam sem nada que fazer o resto dos dias. Sim, porque visitar o Laranja Choque é o ponto alto do vosso dia, confessem.

P.S (D) – Será que não consigo falar de nada, sem meter comida ao barulho? Credo!

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