Dia B, por Bruno Antunes
>> domingo, 12 de abril de 2009
O perigo de um terramoto.
Faz por estes dias uma semana que se deu o terramoto em Itália que lançou o terror sobre cidades como Áquila na região de Abruzos. Este desastre natural vitimou 293 almas. 1 vida já seria péssimo, 293 é catastrófico até porque não estamos habituados a desastres desta magnitude em solo europeu, seja porque eles raramente se dão por cá, seja porque estamos (europeus) relativamente bem preparados para os enfrentar.
Partindo deste desastre, o jornal Expresso noticiou um estudo do LNEC, mais precisamente uma simulação do LNECloss, em que se dava a resposta à pergunta “E se o sismo italiano se tivesse passado em Lisboa?”.
Ao que parece, e de acordo com esta simulação, se o sismo da semana passada tivesse ocorrido em Lisboa , perderiam a vida 1160 pessoas, ficariam desalojados 168467 seres humanos, 3598 edifícios destruídos e 11680 gravemente danificados. Pior, se em vez de ser um sismo com a magnitude do da semana passada, fosse o de 1755 a ocorrer agora. Nesse caso haveria 27779 mortos (com o devido respeito, seria mais ou menos a lotação do Estádio do U. Leiria) e 26253 edifícios destruídos.
Ora bem, como se pode ver, este seria um cenário terrível, que deixaria Portugal de rastos. Esta situação só pode significar uma coisa, é que Portugal não está muito bem preparado para uma eventualidade destas. Responder-me-ão “Nunca se está preparado, é imprevisível”. Bem, pelos vistos não será assim tão imprevisível pois em Itália houve quem avisasse que isto iria suceder e acabou por ser processado por causar o pânico às populações. Suponho que entretanto, o processo em causa tenha deixado de fazer sentido.
De qualquer modo e regressando a Portugal, reflectamos sobre o seguinte. É certo que muitos dos edifícios da Grande Lisboa não aguentam com um terramoto forte, então quais são as medidas a tomar para que se evite o maior número de vitimas? Leis que obrigam a construção de prédios “anti-sísmicos” já existem, porém muitos outros prédios vulneráveis ja foram contruídos sem uma lei que impusesse a protecção. Ora, o que deve um governo fazer? Imagine-se que de repente desatava a mandar prédios abaixo para construir novos já com as devidas alterações anti-sismicas, o que não se diria sobre o herário público? Já se houvesse um terramoto que vitimasse perto de 30000 pessoas, o que não se diria sobre o que podia o Governo ter feito? No fundo são questões que vos deixo para reflexão, visto que podem estar na balança, vidas num prato (ainda que sem certezas de que se perderiam) e dinheiro noutro (em tempos de crise), sem esquecer que com a saúde não se brinca. Obrigado.
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