Round 1

>> quarta-feira, 16 de junho de 2010

Primeira participação Portuguesa no Mundial 2010, na África do Sul. Correspondeu às expectativas, irremediavelmente baixas, após a pobre prestação na fase de apuramento. Contudo, nota positiva para o realismo da equipa técnica portuguesa, que percebendo que não conseguiria ganhar ante a Costa do Marfim, preocupou-se em não perder, já que uma derrota afastaria, praticamente, os navegadores da próxima fase, e o empate deixa tudo em aberto. A consciencialização das limitações é o primeiro passo para a superação.

Destacaria ainda pela positiva, do lado português, a boa exibição de Coentrão do lado esquerdo da defesa e a sobriedade de Paulo Ferreira do lado direito. Ainda, mais atrás, Eduardo fez uma boa exibição, sempre seguro e resolvendo os problemas com que se foi defrontando. Alves e Carvalho atentos. O pior é do meio campo para a frente…

Portugal, não pode jogar com um único ponta de lança. Poucas equipas no mundo o podem fazer. Só é possível se existir um super avançado, que congregue a mobilidade de um segundo avançado com o posicionamento e eficácia de um matador e, cumulativamente, é necessário dois extremos de grande nível no apoio. Lembro-me do Barca, com Henry e Messi nas pontas, e Eto’o a ponta de lança. É difícil, encontrar tridentes. Portugal, até teria hipóteses, com Ronaldo e Nani, ou, em limite, Ronaldo e Simão. Mas falta-lhe um ponta de lança com essas características.

Liedson é um excelente segundo avançado, mas não pode jogar sozinho. Hoje esteve fora do jogo, foi uma nulidade. Mais a mais contra uma defesa tão possante como era a da Costa do Marfim. Portugal tem que jogar em 4-4-2 losango, com Liedson como segundo avançado e Hugo Almeida a ponta de lança (dentro dos 23, é o que se arranja). Deco no apoio, mas a jogar uns metros atrás para ter espaço e tempo para pensar e distribuir o jogo. Depois, varia-se consoante o adversário. Com a Coreia do Norte, Ronaldo e Simão nas alas, dando acutilância ao jogo ofensivo. Com o Brasil, com Ronaldo e Amorim, para gerir equilíbrios. Mais atrás, como pêndulo Miguel Veloso ou Raul Meireles (nunca Pepe que é lentíssimo). Lá atrás, está bom não mexe.

Portugal precisa agora de ganhar confortavelmente à Coreia do Norte, de forma a poder jogar com o goal diference em caso de igualdade pontual com os Elefantes. O Brasil quer garantir já a qualificação e vai carregar na Costa do Marfim. Com sorte, podemos terminar a segunda jornada, com Brasil – 6 pontos; Portugal – 4 pontos; Costa do Marfim – 1 Ponto; Coreia do Norte – 0 Pontos. Nesse cenário, o Brasil pode afrouxar no terceiro jogo, substituindo os principais jogadores, existindo reais hipóteses de Portugal pontuar, se mantiver o pragmatismo que hoje demonstrou, garantindo a qualificação. Mas mesmo que perca, se conseguir um resultado volumoso com a Coreia do Norte, então poderá seguir para a próxima fase. Agora, julgo que a Coreia será um difícil adversário. Ainda hoje fez a vida negra ao Brasil. Como eu já tinha avisado, é um adversário muitíssimo bem preparado e ambientado. Muito complicado, num grupo, que é verdadeiramente o grupo da morte.

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