Em modo de reflexão

>> segunda-feira, 26 de abril de 2010

A vida é feita de ciclos, de momentos, de desafios, de objectivos. Este blogue, à beira do post nº1000, e com 1 ano e 7 meses de postagem, quase ininterrupta, com apenas 3 meses a terem um número de post’s inferiores aos dias do mês (sendo que dois desses três meses foram os dois primeiros), é um pouco um espelho dos vários momentos que a minha vida vai tendo.

Nos próximos meses, se tudo correr bem, enfrentarei a recta final da minha licenciatura, com toda a carga emocional que isso acarreta, mas também com todo o estudo que isso implica, embora seja entusiasmante, a preparação das orais, o chegar ao fim do semestre e sentir que aprendi mais um pouco de determinada matéria.

Por outro lado, politicamente, fechou-se um ciclo. Mais tarde falarei sobre isso, até porque acho que devo uma satisfação a alguns leitores. E às chamadas, mensagens e contactos pelo Messenger que tenho recebido. Por vezes, na política, devemo-nos remeter ao silêncio. É algo que me custa imenso. Tal como se aperceberam nos últimos 3 ou 4 meses, estive calado sobre assuntos que falava muito. Era o que tinha que fazer, pois estava num ciclo onde isso se impunha. O resultado, em termos pessoais, foi um tremendo desgaste. É complicadíssimo termos várias coisas para dizer e não as podermos dizer. Termos vontade de dizer, claro que não vou, e ter que se ir. Mas foi uma fase absolutamente apaixonante, pois percebi e aprendi muita coisa. Percebi, claramente, com quem não quero estar e para onde não quero ir. Em vésperas de momentos importantes, partilhava com um grande amigo meu, que sinceramente, a vontade ia diminuindo a cada dia que passava, com o que ia assistindo, em silêncio. Cheguei ao ponto, de ter menos vontade de ouvir sim do que ouvir não.

Um dos meus sonhos, é escrever um livro. Daqui por 40 ou 50 anos, existirem pessoas interessadas em ler o que escrevo. Talvez por isso também, vá ensaiando na Blogosfera e noutros documentos que assino. Se chegar a essa altura, com essa possibilidade, estes meses não deixarão de marcar presença nesse texto.

Para já, mais alguns dias, semanas ou meses de silêncio. Não se pode prejudicar o todo, por incorrecções de uma parte. O que cumpre fazer é continuar a lutar, para evitar que a má moeda vingue. Custe o que custar. Contra quem vier.

Com um encerrar de um ciclo a vários níveis, abrem-se outros a vários níveis. Por exemplo, o final da Licenciatura significa o início do Mestrado.

Por tudo isto, cumpre reflectir. Tenho feito isso ao longo da última semana, e continuarei a faze-lo nos próximos dias. Para além disso, tenho andado a mil com todas as obrigações políticas que pendem sobre mim e com o estudo que tenho, em vésperas de frequências e com a matéria não tão adiantada como gostaria. Por tudo isto também, a cadência de textos no Laranja Choque diminuiu. Acho que também o Laranja Choque deve parar para reflectir.

Por essa razão, e esperando que os leitores aguardem pelo seu regresso, de cara lavada, anuncio a interrupção da postagem por período indeterminado. Até ao regresso, podem me ir acompanhado, no meu Mural do Facebook, onde não deixarei de anotar uma outra reflexão que me pareça pertinente. Qualquer novidade, comunico.

1 comentários:

José Luís Figueira 28 de abril de 2010 às 12:38  

Caro amigo Tiago Mendonça,

Habituei-me a visitar o teu blog com a regularidade e a curiosidade de quem sabe que este espaço é uma casa de múltiplos assuntos, dos mais variados, mas todos com um fio condutor comum, artigos bem escritos e oportunos.

O Laranja Choque é, sem dúvida, o espaço onde, por vezes, deixas transparecer ideias e estados de alma. Mas o Laranja Choque é mais que isso, é também o fórum onde bastas vezes lançaste temas que nos fizeram a nós todos leitores, reflectir inteligentemente e, muitas vezes, ajudados por uma perspectiva que é a tua, bem sei, mas sempre bem fundamentada.

Porque o Laranja Choque é uma importante referência na ponderação dos assuntos da ordem do dia, faço votos que possamos contar com o teu rápido regresso à actividade bloguística.

Quanto ao resto… “Há mais marés que marinheiros”.

Um forte abraço.
José Luís