7 Anos!

>> sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O tempo passa mesmo rápido. Faz hoje sete anos que ganhei a minha primeira eleição, no ano 2002, com apenas 15 anos, ganhava a Associação de Estudantes da Escola Secundária da Portela. Foi um dia notável, uma enorme vitória!

Lembro-me bem do pessimismo que pairava sobre a candidatura que protagonizava. Afinal de contas, a poderosa Lista Z, composta por elementos do 12º ano, com 6 anos de Escola, instalados no poder e com uma rede de influências muitíssimo grande. Ainda, embora fosse vista como outsider, a Lista G, com várias pessoas do 11ºano, muitos anos de Escola, era também vista como uma lista com potencial para alcançar muitos votos. A Lista a que presidia, a Lista X, sem apoios, tinha na opinião de muitos o grande Handicap de ser liderada por um “puto” novo na escola, tinha entrado para aquela escola apenas no 10ºano, e estava lá, há pouco mais de um mês.

Foi uma campanha notável. Colámos A4 nos postes e outros lugares de estilo, impressos por nós, nas nossas casas. Lembro-me bem do meu quarto ser forrado a folhinhas A4. O resto era conversa. Momentos fantástico, onde num intervalo, ia discursando pela escola, juntando-se grupos de dezenas de pessoas para ouvirem e fazerem questões. Nunca se tinha visto igual. Pela primeira vez, desde há muitos anos, uma lista prometia mais do que torneios de “Magic”, e levava a política (no sentido nobre da palavra) para a escola. As pessoas estavam curiosas. Era complicado, quando saía de casa, não parar dezenas de vezes para dar esclarecimentos aos alunos que mesmo fora da escola queriam saber mais.

Foi se ganhando uma grande dinâmica ao longo dos dias de campanha, e começou-se a pensar que a Lista X teria mais votação que a Lista G, mas que estaria ainda longe da Lista Z, grande favorita. A Dinâmica foi enorme, cada dia que passava mais pessoas se juntavam.

É desse tipo de campanhas que eu gosto. O contacto pessoal, o sentir que o que se diz e o que se faz influencia mesmo o voto das pessoas, que não está tudo feito antes das próprias eleições. Foi uma grandíssima campanha, onde os meus colaboradores estiveram muito bem. Pessoas que se foram juntando, a um projecto, que se iniciou com uma sugestão de uma colega, depois de aula.

No dia 6 de Novembro, a Lista X ganhava as eleições com mais de 70% dos votos, a Lista Z teria cerca de 20%, e a Lista G, ficou perto dos 10%. Uma estrondosa vitória. Sensação única, a recepção dos alunos no outro dia da manhã. Grandioso.

Foram grandes momentos. Hoje, sempre que se aproxima uma luta eleitoral, relembro essa campanha. Vou aí buscar energia e motivação. Mesmo quando me dizem que é muito difícil, ou até impossível. Acredito sempre na vitória, embora considere que o mais importante seja estar bem com a nossa consciência, lutar por aquilo que acreditamos e materializar um caminho que consideramos mais adequado que o preconizado por outras ou por outros.

Mesmo em eleições, mais fechadas, tudo pode acontecer. É sempre possível chegar ao coração e à razão das pessoas, é sempre possível quebrar com lógicas de apoio tendo em vista algo que não é o interesse dos jovens.

Estou calmo. Muito, muito ponderado. Tranquilo. Até sorridente com alguns plágios. Nos próximos meses “cheira-me” que vai haver muita maquilhagem. Mas as pessoas já perceberam. Já todos percebemos que é necessária uma mudança nos valores, nas ideias e na forma de fazer política. E também, como há 7 anos, de dia para dia, se recebe mais um telefonema, mais uma mensagem, mais um apoio, ainda que alguns deles, compreensivelmente, sejam dados ainda com muita descrição. Ainda muitos não podem assumir, e compreendo e respeito muito certas lealdades. Mas tudo se vai materializando. Tudo vai ganhando forma. Como há 7 anos atrás.

Mas calma. Muita calma mesmo! E sempre com a consciência do dever cumprido.

2 comentários:

Anónimo 7 de novembro de 2009 às 12:29  

porra, és mesmo gabarolas!

Tiago Mendonça 7 de novembro de 2009 às 14:24  

Anónimo,

Estou bem disposto e até lhe dou poesia; Prefiro ser Gabarolas e Cobardolas, que é, definitivamente, o seu caso.

De todo o modo, o dia 6 de Novembro é um dia especial para mim. Foi um inicio de um percurso. Apenas transcrevi a campanha eleitoral e as sensações que fui tendo, nos dias que antecederam ao acto eleitoral.

Não sou melhor nem pior pessoa por isso. Sou igual a todos. Aliás, serei melhor do que aqueles que até têm vergonha da sua identidade. E de forma absolutamente cobarde se refugiam no anonimato para dizer umas parvoíces. Enfim, já perdi tempo de mais. Um bom fim-de-semana.