Análise aos Resultados Eleitorais

>> segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A disposição permite-me fazer este comentário, embora evidentemente não tenha gostado dos resultados do PSD. Contudo, existiram coisas positivas, para não dizer, extraordinárias, nesta noite eleitoral.

Procurarei fazer uma análise partido a partido, na tentativa de conseguir ser o mais objectivo possível.

CDU – Cresce em número de votos (Mais cerca de 15.000 eleitores) e aumenta a sua bancada parlamentar em um deputado. Contudo, acaba por passar de terceira força politica, para quinto partido com assento parlamentar, tal como tinha previsto na antevisão que aqui lancei há uns dias atrás. O PCP docinho na campanha e menos retórico ao longo dos últimos meses, permitiu que muitos votos da extrema-esquerda fugissem para o Bloco de Esquerda. A CDU, não é a grande vencedora da noite, como diria Carvalhas, mas não é a grande perdedora.

MRPP – Cresce 5.000 votos, afirma-se como sexta força politica. E ganhou 5.000 votos sexta-feira. Garcia Pereira deve agradecer aos Gatos que pela primeira vez deram exposição mediática ao MRPP. Solidificou como sexta força politica, mas tal como também eu tinha previsto, ao contrário do que muitos diziam, nenhum pequeno partido consegue eleger um deputado. MEP, fraquíssimo.

PSD – Melhor que 2005 em deputados, relativamente igual em percentagem de votos e em número de votos. Perde as eleições, porque não tem mais um voto que o Partido Socialista. Perde, porque em quatro anos e meio de oposição não conseguiu subir a sua votação mais do que 5.000 votos. Perde porque não conseguiu suster o crescimento do CDS à direita. Perde porque depois das Europeias tinha as eleições ganhas e por via de erros de casting, acaba por perde-las. De todo o modo, existem agora as eleições autárquicas, onde o PSD parte na pole position. Se em três actos eleitorais, ganhar 2, não se pode dizer que tenha sido um mau calendário eleitoral. Veremos.

CDS-PP – Fantástico. É um partido a quem reconheço coerência, imenso trabalho na Assembleia da República, quadros de excelência, um líder fantástico e ideias concretas e claras para o país. O esforço e o mérito são recompensados. O CDS é a terceira força politica, sobe de 12 para 21 deputados, cresce 3%, e aumenta quase 180.000 votos. Notável. E atenção: É o único partido que pode viabilizar o que quer que seja ao PS, se excluirmos, evidentemente, o PSD.

BE – Sondagens que falavam em 16%. Projecções à boca das urnas a referir 21 deputados. Terceira força politica era indiscutível. Louçã estava pronto para ir ocupar um qualquer gabinete, num qualquer ministério. Sozinho, não consegue viabilizar nada. O BE, não serve para absolutamente nada, e quem tirou a maioria absoluta ao PS, foi o CDS-PP. Louçã é o grande derrotado da noite eleitoral, embora tenha subido em número de deputados. Expectativas goradas, extrema esquerda a situar-se nos 17%, bem longe dos 25% que em tempos foram assegurados.

PS – Teve mais votos que o PSD, ficou em primeiro, ganhou as eleições. Mas este resultado só não vê quem quer. O único partiu que perdeu deputados, foi o PS. Perdeu também quase 10% em termos percentuais. E pior, teve menos 500.000 portugueses a votarem no seu programa. Meio milhão de Portugueses, deixaram de confiar o PS, que agora terá pouca margem de manobra. Ou tenta uma viabilização com o CDS, que tem a faca e o queijo (limiano?) na mão, ou tem que se coligar a toda a esquerda, à boa maneira de António Costa. PCP e BE no governo?

Dito isto, julgo que a esquerda radical é a grande derrotada da noite, em especial o Bloco de Esquerda. O CDS é o grande vencedor. Entre PS e PSD, PS vence, porque evidentemente teve mais votos.

Quanto às autárquicas, fica a nota dos bons indicadores em Loures, onde o PS, ultrapassa o PCP e consegue resultados interessantes em algumas freguesias. Em Lisboa, PSD e CDS juntos conseguem 40% contra 34% do PS.

Uma palavra de força e de coragem para os militantes do PSD, para a luta autárquica que se avizinha.

Depois de dia 11, todos faremos as nossas reflexões. E serão assacadas as responsabilidades e dada a parabenização a quem de direito.

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