Ganhar uma Geração, por Tiago Mendonça

>> segunda-feira, 6 de julho de 2009

Dou hoje inicio ao espaço Ganhar uma Geração. Não tem dia marcado, e será um separador que vai congregar vários textos sobre a JSD.

Hoje queria-vos falar sobre a JSD/Lisboa. Não percebo, como é que se persiste no mesmo erro. Na altura das eleições, as listas candidatas, olham para os estatutos, observam o número máximo de pessoas que podem colocar na Lista, e começa a mercearia. Compra aqui, compra ali, e o resultado final é quase sempre uma amálgama de pessoas, sem qualquer fio condutor. Um somatório, cujo resultado é pouco mais que zero, e onde, por vezes olhamos para os primeiros da lista e só temos vontade de rir.

E aqui, entenda-se, nem sequer é uma crítica directa, à actual comissão politica distrital. É uma crítica geral para a forma como as listas são feitas. E a pergunta que se coloca, é simples. Porque razões não são feitas as listas de outra forma?

A resposta é ainda mais simples. O que se procura não é uma equipa que trabalhe, não é uma equipa ganhadora que imprima uma dinâmica de trabalho e de vitória na estrutura, mas antes a satisfação dos egos de cada um, ou do chefe de cada um, satisfação essa que consiga puxar o voto desses, para uma pessoa ou um conjunto de pessoas se sentarem na cadeira mais alta do distrito.

Assim, nunca a JSD irá ganhar uma Geração. Ganhar Esta Geração.

Julgo que a primeira coisa que existe a fazer, é definir três áreas prioritárias e outras 3 semi-prioritárias. Não me vou aqui alongar, isso ficará para outro post, sobre as razões que me levam a optar por estas e não por outras áreas. Assim eu definiria como áreas prioritárias, a Cultura, o Ambiente e a Mobilidade Inter-Concelhia. Com seis áreas semi-prioritárias: Economia e Emprego, Educação e Formação, Desporto e Saúde.

Definidas as prioridades, as coisas ficam mais fáceis.

Na cúpula, o presidente e quatro vice-presidentes. Mas as escolhas têm que ser feitas com sentido. Um vice-presidente para organizar as secções fora do Concelho de Lisboa, necessariamente militante numa secção de fora do Concelho de Lisboa. Um vice-presidente que coordene as secções dentro do Distrito de Lisboa. Um outro vice-presidente para a coordenação das actividades, necessariamente a emanar de uma secção conhecida pela dinâmica de actividades. E um quatro vice-presidente para as relações institucionais. Segue-se um secretário geral, acompanhado de dois secretários-gerais adjuntos, um com maior pendor interno, outro de maior pendor externo. Uma aposta claríssima, naquilo que é o coração de uma Distrital. A CAL e a CESBDL. Coragem de assumir, que estas devem ser as prioridades das prioridades de uma distrital, indicando os mais talentosos e capazes para estes lugares, e não, como de costume, o “puto” da secção numerosa ou o “tipo” com experiência académica. Detenho-me mais duas ou três linhas sobre o assunto. É inaceitável o tratamento que tem sido dado às coordenadoras. A CAL, com tantos e bons quadros entendidos na matéria está parada há muitos anos. A CESBDL, é inexistente. Inaceitável.

Depois um corpo de 6 vogais e de mais 13 suplentes. E aqui é muito simples. Os três primeiros vogais ficam encarregues especificamente de uma das três áreas prioritárias. Os últimos 3, das três áreas semi-prioritárias. Cada um deles, terá dois vogais suplentes que com ele formarão uma equipa especifica para aquela área, isto é, teremos 6 equipas, 5 equipas de 3 elementos e uma equipa de 4 elementos a trabalhar em cada uma das 6 iniciativas, tudo isto coordenado por um vice-presidente especifico, auxiliado pelo secretário-geral adjunto de pendor interno.

Acrescenta-se ainda três pastas. Informação, Gabinete de Estudos e Gabinete Autárquico.

Se cada uma das equipas realizasse duas grandes actividades, teríamos a distrital a fazer 12 actividades num mandato. Nada de impossível, ou sequer de muito difícil. E nem sequer desgastaria muito, pois tudo seria divido por equipas, com dois elementos a coordenar.

Ao mesmo tempo a CAL, refundava-se, criando os 7 Núcleos de Estudantes Sociais-democratas que precisa para voltar a ter Assembleia. Chegava junto dos estudantes, atraia novos e bons quadros, aproximava-se da sociedade civil e garantia a renovação.

A CESBDL, entregue a alguém de grande talento e com enorme empenho, estaria próximo das escolas do ensino secundário, com objectivos idênticos à CAL, embora com uma amplitude de acção, um pouco maior.

A Gestão Interna, seria assegurada por um Secretário-Geral e um Secretário Geral Adjunto para o efeito.

As relações institucionais, teriam alguém a pensar apenas nisso.

E depois, o trabalho, que devia ser feito, e nunca o é, a coordenação das agendas das secções, não querendo impor absolutamente nada nem diminuir a autonomia, mas, ao invés, procurando compatibilizar calendários e optimizar meios, feito por mais dois vice-presidentes.

Tudo isto, feito por um Gabinete de Estudos, com um membro da distrital e com pessoas fora da CPDL, chamadas entre os melhores das várias secções. A formação autárquica, ficaria a cargo do Gabinete Autárquico, constituído nos mesmos moldes e com a função acrescida de presenciar algumas assembleias freguesias e municipais e de auxiliar os membros de assembleia freguesia, presidentes de junta, deputados municipais e vereadores da JSD.

Informação, área fundamental, com apenas uma pessoa a pensar nisso.

Com esta organização e gestão interna, o difícil é as coisas não correrem bem. Têm é de existir coragem. O critério tem que ser a qualidade, a aptidão e a capacidade em cada uma das pastas específicas. Nunca pode ser o número de militantes da secção ou os esquemas estranhos que muitas vezes se impõe na lógica distrital e nacional.

Tudo isto é apenas uma opinião. Fica à vossa disponibilidade, concordarem ou discordarem, ou até ignorarem.

2 comentários:

Nuno Ferro 7 de julho de 2009 às 00:56  

Sim senhor! Grande artigo!

Isto é pensar a JSD, isto é o que tem andado a fazer falta.

Talvez optasse por outra organização, até porque não me parece que seja necessário um vice-presidente para as secções de Lisboa e outro para as restantes. Acho que devem ser o vice-presidentes a coordenar os temas e em simultâneo fazer esse trabalho de proximidade com as secções.

Depois parece-me importante fomentar a rotatividade dos restantes elementos da Comissão Política pelos vários temas, isto imprimiria mais dinâmica não deixando as pessoas adormecer (que é uma das coisas mais difíceis de evitar em qualquer organização).

Quanto aos Gabinetes, completamente de acordo.

Tiago Mendonça 9 de julho de 2009 às 05:18  

Nuno,

Agradeço-te as palavras simpáticas que proferiste.

Pegando apenas num dos pontos que focaste, concordo contigo quando dizes que um dos principais problemas de qualquer organização é o "adormecimento" das pessoas.

Julgo que só se consegue combater essa adversidade através do trabalho e da dinâmica que a actividade dá a qualquer equipa. Uma equipa de braços cruzados nunca conseguirá ganhar dinâmicas de grupo e quando for preciso trabalhar não conseguirá dar uma resposta positiva.

Puxando a brasa à minha sardinha, o que fizemos em Moscavide, foi criar um Gabinete, que permite a todos aqueles militantes e até independentes que por uma razão ou por outra não estão ainda aptos para integrar uma comissão política de secção, irem, gradualmente se integrando na vida da secção, do distrito e do país. Para esse efeito, cabe ao gabinete projectar as actividades, elaborar algumas bases para futuras moções e os seus membros são convidados a participar em plenários da secção e nos conselhos distritais.

Com isto, conseguimos assegurar, que no momento em que estes forem chamados a exercer funções na secção, têm uma preparação que lhes permite manter o nível que conseguimos imprimir na secção.

A ideia dos Gabinetes, numa CPDL, tem também a funcionalidade de não deixar ninguém adormecer. Cada pessoa tem o seu caderno de encargos e percebe da importância da sua actividade para o global. É importante motivar as pessoas no sentido de as fazermos sentir úteis, mais, indispensáveis ao projecto.

Mas isso só se consegue fazer escolhendo os melhores e não aqueles que têm debaixo de cada braço um saco de votos. E claro que não se consegue motivar ninguém, quando as pessoas a quem cabe imprimir motivação e dinâmica, se fartam, como se de um videojogo se tratasse, poucas semanas depois de o receberem. E aqui a palavra receberem, foi realmente bem empregue.