Errar é humano

>> sexta-feira, 3 de abril de 2009

O erro e a falha são inerentes à condição humana.

Todos nós, comuns mortais, por mais assertivos que sejamos, por maior ponderação na altura de decidir que façamos, por muito que o equilíbrio e a razão sejam vértices fundamentais no decorrer da nossa vida, erramos. Não necessariamente grandes erros. Talvez simples falhas. Mas ninguém ganha sempre. Ninguém decide bem sempre.

Um dos objectivos que tenho para mim mesmo, é trabalhar todos os dias para errar cada vez menos. Ser cada dia melhor. Estudar sempre com o melhor método, reduzir ao máximo os erros de análise na hora de tomar importantes decisões políticas e até, em pequenas coisas, como seja uma simples resposta a um comentário aqui neste pequeno blogue.

Mas é impossível não errar. E, confesso, isso por vezes irrita-me. Fico mesmo mal comigo mesmo quando erro. Quando o erro se situa no plano pessoal, nada mais posso fazer, a não ser apresentar um pedido de desculpas e tentar remediar o mal feito, nomeadamente, tentando que daí para a frente o erro não se repita.

Mas ainda estou em processo de aprendizagem. Tenho tentado ao longo do último ano, concretamente, nos últimos meses, modificar esse traço da minha personalidade. Antes, e muitas vezes agora também (mas menos creio) ficava fora de mim quando algo não corria de forma sublime. Um pequeno erro. Uma hora em que não se estudou para ir jogar à bola, uma hora que não se estudou porque se ficou a ver uma série televisiva qualquer. Indiferente.

Ou pequenos erros políticos. Hoje tento lidar melhor com isso. Assumir a ideia de que não sou perfeito, que um comum mortal é tranquilizante. Permite olhar para o erro com outra naturalidade. Errei porque sou normal. É uma boa perspectiva, acreditem!

Com isto não quer dizer que não continue a trabalhar, diariamente, para cometer cada vez menos erros. Para falhar cada dia que passa menos. As más respostas às pessoas, a indisponibilidade que evidencio para com alguns amigos importantíssimos, a decisão e análise política mal feita, devem ser reduzidas até um ponto ínfimo. Mas já sei que esse ponto não poderá, necessariamente, ser o 0.

Falhem pouco. Mas falhem.

2 comentários:

Tiago A. G. Fonseca 3 de abril de 2009 às 06:18  

Caro Mendonça, mais do que inerente à condição humana, é parte fundamental no desenvolvimento da nossa pessoa.

Ser errar, não há aprendizagem! Apenas errando se aprende, e correrá melhor à segunda, se a primeira não tiver sido o que esperavas.

Óbvio que há erros que nos chateiam, aborrecem, perturbam, mas, apenas temos de olhar para eles como dizes e bem, como erros, e apenas emendar o possível, ou fazer outra vez e outra outra até não errar.

Só assim evolui o ser humano :)

grande abraço

Tiago Mendonça 4 de abril de 2009 às 03:05  

Caro Tiago,

Amigo desde há pouco tempo, mas espero que por muito tempo.

Uma palavra também para ti, pela evolução fantástica que tens tido no projecto que temos em comum.

Superaste as "provas" todas e com alguns obstáculos pelo caminho, és hoje basilar na nossa estrutura da JSD.

E já que falamos em JSD, aproveito o teu comentário, respondendo, para fazer o paralelismo.

Na Jota, temos de errar. Erras nas escolhas, errar nos métodos, errar em muitas coisas. A mobilização que é mal feita, o conteúdo da actividade mal preparada, a reunião que podiamos ir e acabamos por não ir.

Mas são esses erros que nos fazem evoluir e melhorar. Concordo contigo quando dizes que errar é aprender. E que só errando se progride. Acho mesmo isso.

E para isso temos de viver. Fico com muita pena, de alguns jovens como nós, passarem ao lado da vida. Enfim, sobrevivem. Passam completamente ao lado da vida. Não pensam. Não reflectem. Não nada. Sem viver não se erra. Sem se errar não se desenvolve.

Grande abraço.