Na opinião de Pedro Jesus

>> quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Um olhar sobre Lisboa

Lisboa, capital do nosso país e a maior cidade de Portugal, decresceu demograficamente nos últimos 30 anos, tendo perdido cerca de 300.000 habitantes, possuindo hoje perto 500.000 (1). Estima-se que cerca de 24% da população residente tem mais de 65 anos, muito acima da média nacional que corresponde a 17% (1).

São várias as razões inerentes a este decréscimo populacional, nomeadamente a diminuição da qualidade de vida no concelho, a deslocalização da indústria e do emprego, o preço da habitação e o melhoramento da rede viária existente entre os vários concelhos da Área Metropolitana.

Os jovens são os que mais têm fixado residência fora de Lisboa, revelando assim que as políticas autárquicas para esta faixa etária têm sido insuficientes. Estima-se que mais de 200.000 jovens tenham saído de Lisboa nos últimos 30 anos!

Entre 2001 e 2007, o PPD/PSD apresentou e implementou um conjunto de propostas que pretendiam devolver a juventude ao concelho de Lisboa. É com preocupação que se constata que no último ano e meio as mesmas tenham sido abandonadas pela Presidência de António Costa na Câmara Municipal de Lisboa, prejudicando assim a cidade e os jovens.

É pois imperativo regressar às políticas de incentivo à fixação de residência por parte dos jovens em Lisboa. Como? Reabilitando os edifícios e as casas camarárias devolutas, assim como projectando e edificando novos edifícios, permitindo assim a criação de fogos habitacionais para os jovens a preços inferiores aos do mercado.

Os estudantes universitários também devem ser uma prioridade para a edilidade. Lisboa possui 130.000 estudantes universitários (1) dos quais aproximadamente metade migraram de vários pontos do país e de fora de Portugal. O número de camas e de residências universitárias, cerca de 2500 (2), revelou-se insuficiente, pelo que se deve retomar o projecto de criação de uma Rede de Residências Universitárias, concluindo a empreitada da EPUL em Entrecampos e projectando outras residências e repúblicas universitárias a baixos preços. A oferta dos Espaço de Estudo/Espaço Jovem deve também ser aumentada.

É pertinente a Câmara Municipal de Lisboa incentivar a fixação e criação de emprego, construindo um Pólo de Microempresas, permitindo aos jovens arredarem os espaços a baixos custos, facilitando assim o início da actividade das suas empresas.

Mas, há que olhar também para os mais novos. Aqueles que frequentam o ensino pré-escolar, o ensino básico e o ensino secundário. É exigível a renovação constante do parque escolar, visto que ainda há instalações a necessitarem de obras profundas ou escolas que funcionam em instalações que não lhes pertencem, como é o caso da Escola n.º 4, na freguesia de São Vicente. Há que munir de infra-estruturas desportivas as escolas que ainda não as possuam, sendo por exemplo o caso da Escola n.º 15, na freguesia de São João.

Ainda no aspecto educativo, a Câmara Municipal de Lisboa, juntamente com a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT) e as Juntas de Freguesia, deve trabalhar no melhoramento das actividades extra-curriculares e do Complemento de Apoio à Família (CAF) nos jardins-de-infância e escolas do 1º ciclo.
Uma Lisboa dos jovens e para os jovens tem que ser atractiva no domínio do seu espaço público. Para isso o projecto Jardins Digitais deve ser retomado; os parques de Monsanto e da Bela Vista têm que voltar a ter vida, fazendo assim regressar os projectos lúdicos, culturais e desportivos que foram criados no mandato 2001-2005; a manutenção dos espaços verdes, dos parques infantis e dos parques desportivos deve ser uma constante.

É imprescindível também retomar a política desportiva iniciada em 2001, equipando as freguesias e os bairros sociais com polidesportivos e campos de jogos.
Lisboa, cidade da canção, da história e da tradição, respira cultura. E por isso não pode deixar de promover a sua agenda cultural, através da organização de concertos e os festivais (como o Rock in Rio), as exposições, o teatro, as bibliotecas, o Fado e as Marchas Populares.

É da responsabilidade dos Jovens Social-Democratas colaborar com o PPD/PSD e com a candidatura do companheiro Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa, na tentativa de ajudar a melhorar a qualidade de vida de todos os que nesta cidade moram.

Até porque, o projecto iniciado pelo PPD/PSD em 2001 não foi completado. Mas isso é outra história…

PS(D) – Não posso deixar de agradecer ao Tiago Mendonça, pelo simpático convite que me fez para escrever um post no Laranja Choque. Espaços de intervenção como este são sempre bons, nomeadamente para o debate de ideias. Gosto da nova estrutura do blogue. Parabéns!

Pedro Jesus*

* O meu caro amigo Pedro Jesus, presidiu aos destinos da Secção H em Lisboa, até meados de 2008. É hoje conselheiro distrital eleito por essa secção e autor do blogue www.cominiciativa.blogspot.com

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