Mel e Paixão, por Diogo Agostinho
>> terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Antes de mais, gostaria de começar por agradecer o convite do Tiago e as palavras um pouco exageradas que me dispensou. Espero não defraudar sobretudo as suas expectativas. Que começa a construir um Blog muito interessante. Um bom exemplo, e uma boa atitude.
Nesta coluna iniciarei hoje um caminho que espero que seja agradável e de liberdade. Liberdade para dizer o que penso e o que sinto. Ora, nada melhor do que o tema das Juventudes partidárias, para iniciar esta coluna no Blog Laranja Choque.
É importante frisar que considero que devem existir juventudes partidárias, não partilho a visão negativista de alguns, como Pacheco Pereira, nem muito menos coloco em causa a qualidade da juventude portuguesa. Porém, acho crucial referir que as Juventudes Partidárias estão a falhar. A falhar na capacidade de cativar jovens e a falhar em alguns exemplos de formação. Conheço melhor a realidade da JSD e um pouco da realidade da JS, e considero que os jovens laranjas e rosas centram-se muito em disputas internas e busca de lugares. É importante inverter esta lógica. O cacique e os boys existem dentro das Juventudes. As movimentações de jogos de bastidores em que são negociados lugares e debatidas muito poucas ideias têm que ser combatidas. Falta à JSD acreditar no seu slogan: “ser da Jota é ser diferente, ter vontade de mudar”! Acreditar que se pode mudar o mundo é e deve ser condição essencial para entrar na Política. O exercício político é um dos actos mais nobres da humanidade, deve e tem que ser exercido por gente com vontade, capaz e com sentido de missão. Por isso, penso que um dos cancros da Juventudes são os lugares que lhe são dados. Não concebo lutas internas para definir vereadores, deputados e assessores. Parece-me um mau principio. Se não o que nos move na JSD? O que faz correr tantos militantes?
É fundamental para a qualidade da classe política que os jovens se formem e mantenham um contacto real com a sociedade que os rodeia. Lugares e tachos não são um desígnio, vencer eleições de secções, distritais ou nacionais não são o fim, devem sempre ser um meio ao dispor dos jovens portugueses. Pede-se à JSD, que seja uma voz irreverente, que pense e exprime o sentimento dos milhares de jovens junto do seio do PSD. Mendigar lugares por deter sacos de votos não é o caminho. O que afasta os jovens é a lógica dos “meus e teus votos”, do adversário ser um companheiro de Partido e não o Governo Sócrates, Alberto João jardim frisou e bem ontem que o que nos deve mover é retirar a gente incompetente do Governo de Portugal e não os grupos e grupelhos que existem no PSD e também na JSD. De que serve termos milhares de militantes sem voz activa e sem efectiva vontade de ajudar a mudar Portugal? Serve apenas para manter os mesmos feudos pelo país fora, em que se transformam em verdadeiras quintas fechadas.
Somos tão poucos para uma missão tão grande, que perdermo-nos em batalhas e desconfianças só nos retira força e credibilidade. Os partidos não acabam por continuarmos nesse caminho, mas efectivamente as pessoas afastam-se e manifestam-se através da abstenção.
Diogo Agostinho
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