Uma açoriana em Lisboa

>> segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Um texto de Renata Medeiros, que tomei a liberdade de transcrever do Inconcreto.

"Perdida em Lisboa!
Por muito que pareça absurdo, sim é absurdo, eu senti-me mesmo muito perdida no meio da capital, pois, ao chegar cá é mesmo complicado absorver todas as complicações que o quotidiano lisboeta nos traz.
Este é o meu primeiro ano em Lisboa, e parece que sou mais uma d@s açorian@s perdid@s em Lisboa. Tudo se resolve, mas digamos que isto ao inicio foi estranho, mesmo apesar de já ter cá estado em tempos anteriores, mas só por passeio. Lisboa é esquisita! Primeiramente tenho de fazer um esforço enorme, pois ninguém me percebe a falar, ou melhor não compreendem as minhas expressões! É triste depois de dezoito anos ter de mudar a nossa linda pronúncia da qual tenho muito orgulho e não a deixo de usar. Claro! Quando chegarem as orais terei de fazer um esforço…Aí sim.
Depois, Lisboa é uma cidade triste, apesar de ter muito movimento, não existem espaços verdes (pelo menos como os da minha Ilha), não há paz aqui, não há sossego. Aliás, nem em casa se tem descanso. Quando começo a estudar lá se lembra um(a) vizinh@ de ouvir música, outro de gritar, outro de bater com as portas, etc. É estranho, não estou acostumada a ouvir estes ruídos dos apartamentos.
Mas há mais, olha então o que é essa coisa de ter a roupa estendida em casa (entenda-se em linguagem lisboeta a roupa no estendal)? Pois, parece que vai ter de ser assim, para irritação minha a roupa tem de secar dentro de casa… Ah, mas lembrei-me agora de mais uma. Então o que é que vem a ser esta água cheia de calcário? É que não tarda nada estou sem cabelo, e inclusive sem pele, pois, isto é tão seco tão seco que não existem cremes que cheguem!
Também nunca tinha visto esta coisa de agora se pagar os sacos e de ainda ter de ser nós a colocar os produtos dentro do mesmo. Belo atendimento, para já não falar da velocidade com que os bens alimentares deslizam naquele balcão do mini preço. Até o Modelo da Praia da Vitória tem melhor atendimento.
Mas prontos, é isso que se encontra em Lisboa, sinto falta do toque dos sinos da igreja, de uma tarde bem passada com a família, de uma amiga que me compreenda, das casas branquinhas e caíadas, de um “haja saúde”, da vista do mar, do meu quarto e do meu conforto. Aqui não há hortênsias, não há calma. É verdade que atinge o meu principal objectivo de entrar na universidade, mas , tirando isso e o namorado, claro, tudo é monótono. Já lá vai aquele desejo de ir a um espaço comercial com aquelas lojas que são vistas de férias a férias em Lisboa, já lá vai a vontade de comer no Mac, já lá vai tudo isto. Agora, passados três meses, sim sinto falta de sossego. Felizmente aproxima-se o dia de visitar a minha terra natal, de matar saudades das comidas da minha mãe e das preocupações dela…
Não quero massar mais, mas isto está aqui com a falta de um toque feminino, hoje apeteceu-me falar das minhas saudades e das minhas faltas. Oportunidades não faltarão para dar aqui um feminismo à coisa.
Obrigada ao querido Tibério* pelo convite e como se diz na Terceira: “Sempre às ordens” estarei! Muitos parabéns pelo prestígio e trabalho conseguido do In Concreto, sim porque são muitas horas a fio no computador e a Renata tem de esperar.lol "

2 comentários:

Tibério Dinis 8 de dezembro de 2008 às 12:15  

Ei,ei, ei, e o link? Idto tem direito de autor!

Tibério Dinis, In conctero

Tiago Mendonça 8 de dezembro de 2008 às 16:19  

Eu tentei comentar no teu blogue, a dar conta que ia passar o texto. Mas aquilo não deu!

De qualquer forma fiz menção de onde provinha o texto.

De todo o modo : www.inconcreto.blogspot.com

Um abraço!