O rumo da Direita

Antes de mais agradeço o convite do amigo Tiago Mendonça para expressar-me neste espaço, um blogue com elevado potencial e profundidade opinativa.

Apesar de não ter partido político, há uma coisa que me fascina. O Rumo da Direita. Não só em Portugal, mas um pouco por todo o mundo as respectivas Direitas encontram o seu espaço ocupado por uma esquerda que tem galgado o centro, em especial na política económica. Em Face deste avanço tem-se dado um debate interessante no seio da Direita sobre o rumo a tomar.

Sinteticamente há dois tipos de Direita, a Direita Conservadora tendo como base o cariz religioso – apesar deste não ser muitas vezes admitido – e a Direita Liberal que tem por fundo programático o liberalismo – principalmente o económico, mas também estendido aos direitos pessoais.

No interior dos partidos de Direita todos nós já assistimos a embates entre candidatos da Direita Conservadora e da Direita Liberal, em Portugal o derradeiro debate deste tipo centrou-se em duas figuras: Manuela Ferreira Leite pelo conservador e Pedro Paços Coelho pelo liberalismo. Nesta dança da direita tem vencido a Direita Conservadora, no entanto, esta dança não terminará tão cedo e estará intrinsecamente ligada ao choque geracional no interior dos partidos. Onde os mais velhos são em regra os conservadores e os mais novos os liberais.

Na disputa entre as várias teses há diferentes graus de coesão, os conservadores têm as suas bases programáticas definidas e vincadas, onde são conhecidos os limites. Os liberais, ainda estão à deriva e à procura de estabelecer as coordenadas, sendo um discurso vago e perdido onde não há limites e políticas definidas.

O actual estado da Direita – não só em Portugal – passa por este debate interno que teima em ser resolvido, e nesta afirmação de identidade os jovens têm especial importância, mas é imperativo que tenham um discurso firme e definido, senão vencerá sempre a velha guarda, os chamados barões...

Tibério Dinis