Orçamento, PSD, Notas Pessoais...

>> terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Discute-se hoje o Orçamento do Estado para 2010. O cenário de rejeição do orçamento e de queda do executivo liderado por José Sócrates, está posto de parte, pelo que, uma eventual queda antes das presidenciais de Janeiro de 2011, só sucederá por iniciativa presidencial, o que me parece pouco provável dado o calendário eleitoral.

O CDS-PP, foi o grande vencedor deste processo. Sendo um partido mais pequeno que o PSD, teve que tomar decisões primeiro para não ir a reboque, e a sua decisão não ser inútil. E foi fantástica a negociação que fez. Agora, tem um caderno de encargos, uma listagem de medidas que são da sua autoria e que, certamente, vai reivindicar nos próximos quatro anos, como se de medidas suas se tratassem (e tratam, somente, não podem ser consideradas exclusivamente suas). Assim, o CDS-PP subiu, claramente, no ranking da responsabilidade, e terá sempre esse crédito. Permitiu, numa primeira fase, que a estabilidade governativa. Depois, terá medidas concretas para mostrar trabalho feito mesmo não estando no Governo. E daqui a dois anos, quando retirar o tapete a Sócrates, será sempre atribuído um crédito enorme a Portas, e nunca lhe poderão acusar de ser responsável.

O PSD, também esteve bem. Não podia, ficar com o ónus da queda do governo. Foi responsável, fez as negociações que tinha a fazer e garante a estabilidade, numa fase crucial em termos internos. Manuela Ferreira Leite, acaba o seu mandato, de forma serena, sem levantar ondas. O PSD, também não poderá ser acusado de irresponsável, pois teve a capacidade de viabilizar o orçamento. É precisamente aqui, que PSD, e também CDS, se distinguem do BE e do PCP. Os primeiros, pensam em Portugal, na estabilidade governativa. PCP e BE, só querem espectáculo e folclore. Demagogia. Incapacidade, para ceder e para fazer uma negociação séria. Contudo, os radicais de esquerda, terão agora a possibilidade de tentarem colar PSD e CDS ao Governo e assumirem-se como a real oposição a Sócrates. Saiba o povo Português, perceber. E vai perceber.

Só queria dar mais duas notas de rodapé. A primeira sobre a questão da Gripe A. Parece que afinal não era a pandemia de que se falava. Ora, eu tenho a dizer, que ainda bem que existiram todas estas medidas de protecção. Acho que pode ser útil classificar as doenças por graus de risco, atribuindo-lhe, em termos da possibilidade de propagação diferentes níveis. Mas a capacidade de resposta e o nível de protecção deve ser sempre o máximo. Morreram muitas pessoas em Portugal, muitas mais em todo o mundo. A resposta da generalidade dos Estados foi fantástica. Evitaram-se, estou em crer, muitas mortes. Talvez se tenha evitado, a verdadeira pandemia. Por isso, as coisas foram bem feitas. Não se deve vir agora falar em exageros. Deve-se é começar já a preparar tudo para a eventualidade de aparecerem novas pandemias. Uma doença com maior grau de contágio e sobretudo um índice de mortalidade mais elevado, poderia não ter tido tanta resistência por parte de Países, como ao nosso.

A um nível mais pessoal, deixar aqui duas notas distintas. Uma para o meu Tio, que ontem (24) completou mais um aniversário. Uma pessoa extraordinária, com uma energia fantástica e uma capacidade intelectual acima da média. Importantíssimo, basilar mesmo, no meu crescimento e minha educação.

Hoje dia 25, cumpriu-se o sexto aniversário da morte de Miki Fehér. Todos nos lembramos da forma arrepiante como vimos o jogador falecer. E a todos nos deve fazer pensar, que por vezes damos valor a coisas pequenas, pequeninas, e que esquecemos o mais importante. O agradecimento a Deus, o amor à família, aos amigos, as pessoas. Tantas vezes ignoradas, em troca de futilidades e questões materiais.

Termino, agora assim, fazendo menção a um comentário aqui recebido pelo Dr. Castanheira Barros, candidato à liderança do PSD. Quando disse que Passos Coelho era o único candidato à liderança, esperando-se pelo seu opositor, já que Castanheira Barros parecia ter poucos apoios, fui claro. Escrevi que parecia. Em politica e em eleições democráticas tudo pode acontecer. É evidente que o PSD, parte com mais possibilidades de ser Governo que o Bloco de Esquerda. E é nesse sentido, feita a analogia, que Passos Coelhos, pelos apoios públicos, pelo mediatismo, parte à frente deste candidato. Mas o comentário que teci não significa, de modo algum, nem menor estima por Castanheira Barros nem sequer que considere que seja impossível a vitória de qualquer candidato. E já que falamos de PSD e de liderança, era importante, que agora após o Orçamento não começasse o festival de nomes de putativos candidatos a aparecer nos Jornais. Era saudável, que quem quiser avançar que o admita, e que se clarifique muito rapidamente. Que se faça uma discussão serena, mas sólida. E que o próximo líder do PSD, seja um líder a uma década, pelo menos. Dois Governos, mais dois anos de oposição. O PSD, tem que rapidamente assentar e construir uma alternativa sólida. Portugal precisa disso. Precisa dessa alternativa credível, moderna e com ideias para o futuro. Ultima nota (prometo) para o PSD/Moscavide. Palavra elogiosa para o trabalho que está a ser desenvolvido: Excelente ideia a divisão de tarefas, criando gabinetes temáticos, com pessoas mais vocacionadas para esta ou aquela área que vão tratando dos problemas em mini equipas. Uma estrutura moderna, não pode funcionar com tudo centralizado numa Comissão Política. Os departamentos são fundamentais. Disse logo sim, ao convite endereçado para me juntar ao gabinete de novas tecnologias. Nem que fosse apenas pelo grupo fantástico que constitui essa equipa. Esta ideia de especialização é fácil de entender (como a música, aliás pavorosa) e é fácil de colocar em prática. Basta que exista coragem, autonomia, liderança e competência. Sobre a divisão de equipas em departamentos temáticos, já sabem para onde é que eu remeto.

(Não tenho postado com a cadência que gostaria, mas quando escrevo deixo-vos um texto para a semana inteira. Quem ler até ao fim, peça o chocolate na recepção – chocolate mesmo, nenhuma analogia às escutas que agora vieram a público)

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