Um amigo

>> terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Quando estou mais triste, leio este texto de Leif Kristiansson, traduzido por Sophia de Mello Breyner Andersen, que com as bonitas ilustrações de Dick Stenberg resultou num livro cuja simplicidade diz muito e pouco ao mesmo tempo. Foi-me oferecido por uma amiga(?) há uns anos atrás...

Ter um amigo é maravilhoso.

Ser amigo, de alguém
Ainda é melhor.

É como acordar
e sentir o sol a brilhar.

Um amigo é alguém
com quem se está bem.

Mas um amigo é muito mais do que isso!
É alguém que pensa em ti
quando não estás aqui.

Alguém que bate com os dedos na madeira
quando tu tens de fazer coisas difíceis.

Nunca se está realmente só
quando se tem um amigo.

Um amigo ouve
o que tu dizes
e tenta compreender
o que não sabes dizer.

Mas um amigo
não está sempre de acordo contigo
Um amigo contradiz-te
e obriga-te a pensar honestamente

Um amigo gosta de ti
mesmo que faças asneiras

Um amigo ensina-te
a gostar de coisas novas
Não terias imaginado essas coisas
se estivesses sozinho.

Amigo é uma palavra bonita
É quase
a melhor palavra!

Um amigo é alguém
Que tem sempre tempo para ti quando apareces.

Toda a gente pode ter um amigo.
Mas não vivas tão apressado
Que nem vejas
Que há alguém que quer ser teu amigo.

Um amigo, é alguém
que é para ti uma festa
alguém que pensa em ti
e te ouve
e te ajuda a saber o que tu és.

Alguém que te ajuda a descobrir as coisas
alguém que está contigo e não tem pressas

Alguém em quem tu podes acreditar!
Quem é o teu amigo?

Dedico este texto a todos os meus verdadeiros amigos. Aos que dizem que são mas não o sabem ser, aqui está tudo o que precisam saber para o ser.

2 comentários:

Ana Suwa 5 de dezembro de 2009 às 20:10  

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.''

Oscar Wilde

Anónimo 7 de dezembro de 2009 às 14:59  

Ao ler até parece fácil...! :)