O meu carro

>> terça-feira, 19 de maio de 2009

Muitas pessoas questionam se é possível sentir amor pelas coisas. Se é possível nutrir uma afectividade inexplicável por objectos, ou se, ao invés, esse sentimento é apenas passível de ser experienciado com pessoas.

Na minha modesta opinião, afirmo que é possível nutrir-se um enorme carinho por coisas. É o caso do meu carro. Hoje, enquanto bebia café, no seu interior, pus-me a pensar a quantidade de coisas que já vivi, na presença do meu popó.

Foi ao volante do meu automóvel, que guiei, alegre (e velozmente) saboreando o sucesso de mais uma melhoria de nota. Foi no interior do meu carro, que estudei algumas horas, enquanto apanhava sol. Foi no interior do meu carro, que simplesmente ouvi música ou que bebi café em vésperas de maratona de estudo.

É no meu carro, que passo horas a conversar. É no meu carro, que como os deliciosos pães com chouriço com o Pedro, no meio de duas conversas e de umas voltas por Lisboa. É no meu carro que me desloco todos os dias para a faculdade. Foi no meu carro que tive conversas importantes.

Foi no meu carro que tive a notícia da maior desilusão de sempre. Foi ao volante do meu carro, que após um mau resultado eleitoral, conduzi enfurecido. É nos bancos do meu carro, que durmo umas belas meias horas, a meio da manhã, para compensar as noites mal dormidas. É no meu carro, que almoço, várias vezes, quanto o tempo aperta. É no meu carro, que tenho, muitos dos livros que necessito. Já comi gelados, bebi sumos contei e vivi experiencias.

Já experienciei tantos momentos no meu carro. Alegria, tristeza, desilusão, euforia, prazer, animo e desanimo, paixão e revolta.

Muito do que tenho vivido ao longo do ultimo ano, tem sido com este meu novo amigo por perto. Por mim, tendo posses para tal, ia sempre mantendo este carro. Fazendo-lhe os curativos necessários. Gosto muito deste carro.

3 comentários:

Jorge Batista 20 de maio de 2009 às 00:41  

Ninguém quer saber o que andas a fazer no carro ;)

Mas sem dúvida, ganha-se uma ligação afectiva bastante grande... quando não o tens e precisas dele é uma depressão brutal.

Grande abraço, Ibiza*

Tiago Mendonça 20 de maio de 2009 às 00:49  

Jorge,

Ibiza, esse grande automóvel. Aquela viagem Penafiel-Portela (cumprindo escrupulosamente os limites de velocidade), ficará na memória.

Quanto à tua primeira frase, confessa, tu gostavas de saber :)

Ana 20 de maio de 2009 às 23:24  

Tens um amor do caraças pelo teu carro. Imagino o futuro... A tua garagem a albergar toda a "cavalaria" dos bólides mais potentes e fascinantes e depois o teu pópó ao lado, bem estimadinho, bem acarinhado, a brilhar... Ehehe.