Sexta-Feira Santa, por Nélson Faria
>> sexta-feira, 10 de abril de 2009
A Sexta-Feira Santa é um desafio: que mensagem se pode encontrar na dor e no sofrimento? A ideia de que o cristianismo é triste, lúgubre e sem alegria tem nesta celebração a sua fonte, num equívoco que abrange cristãos e não-cristãos. Qual é a mensagem da Paixão?
A Paixão não é um número de magia ou o acto de um Deus sádico e vingativo que troca o sofrimento de um homem pelo cadastro limpo da Humanidade. Nada disso. A Paixão é exemplo de vida: Jesus Cristo acredita de forma tão radical na verdade da sua mensagem e na bondade dos seus actos, que sofre as maiores atrocidades e é alvo das maiores ignomínias, para que nós O compreendamos plenamente.
Sem vacilar, sem sacrificar amigos à sua comodidade, sem pequenas concessões que aligeirassem o fardo, sem sacrificar a verdade à realidade. Dando a Sua vida diz-nos: sejam fiéis ao que acreditam, mesmo que esse seja o caminho da dificuldade e do sofrimento. São João de Brito, missionário português que morreu pela fé na Índia, exemplifica-o quando numa carta escrita do cárcere afirma: “quando a culpa é virtude, o padecer é glória”.
Quando recordamos a Paixão de Cristo não glorificamos a Dor e o Sofrimento; glorificamos a dor e o sofrimento pela Verdade, por Amor, a fim de salvar os homens deles próprios e dos seus egoísmos. Esta é a mensagem da Sexta-Feira Santa: não tenhamos medo do sacrifício radical em prol da Verdade e do Bem, entreguemo-nos total e completamente. Já nos mostraram a caminho, resta-nos segui-Lo.
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