Entrevista e Debate

>> quarta-feira, 22 de abril de 2009

São fantásticas as novas tecnologias. Não tendo tempo para ver, em directo, a entrevista ao primeiro ministro e o debate sobre as Eleições Europeias, hoje, comodamente recostado na minha cadeira, pude assistir a quase tudo.

Vi a entrevista e a primeira parte do debate na totalidade, enquanto a segunda e a terceira parte do debate apenas vi alguns trechos.

Comecemos pela entrevista: Sócrates muitos furos abaixo daquilo que nos tem habituado. Muito ofensivo em relação a Judite de Sousa, terminando numa desnecessária provocação à TVI, que revela nervosismo e incapacidade de estar acima de realidades com que não se devia misturar.

Incapaz igualmente, de responder de forma cabal, às perguntas colocadas sobre o seu relacionamento institucional com o Presidente da República, ficando colado ao discurso da instrumentalização política de Cavaco Silva. Tentou falar de investimento, novas tecnologias e acção social. Ai melhorou a sua performance.

Voltou a piorar quando se falou no caso FREEPORT, onde os esclarecimentos que deu foram claramente insuficientes, se, por exemplo, compararmos com o que fez no caso Independente, onde manifestamente, a gravidade era menor. Em suma, não esteve bem e acusou um nervosismo que não lhe é habitual.

Quanto ao debate, nunca vi nada assim. Vital Moreira é de que planeta? Muito, muito fraco. Completamente fora do contexto, em muitas situações a tocar o anedótico. Vital apenas terás os votos daqueles militantes e simpatizantes do PS que votam PS, mesmo que o que esteja em discussão seja uma pedra com uma rosa pintada. Não convence mais ninguém. Horrível escolha, completamente descontextualizada do que o PS vinha a afirmar. O PS moderno, progressista a tentar ocupar o centro e por vezes até o centro-direita em Portugal é outro. É muito difícil equacionar pior escolha que esta. E depois do debate, enfim.

Nunca tinha visto mesmo nada assim. Vital esteve péssimo. Tenho grandes dúvidas que Vital consiga uma vitória. Aliás, acho que se chegar aos 30% é um péssimo sinal.

Ilda Figueiredo, muito fraca também. Não quer nem sabe falar de Europa. Trabalhadores, trabalhadores, trabalhadores. Uma voz enervante. Má performance, aqui e ali disfarçada por algumas tiradas de boa disposição.

Miguel Portas, o melhor da bancada esquerda, com alguns rasgos de grande eloquência política, assertivo, critico e expressivo. Bateu aos pontos Ilda, e poderá, definitivamente, consolidar o BE à frente do PCP.

Paulo Rangel, o candidato social-democrata, também mostrou qualidade, conseguindo ser sempre melhor que Vital, mantendo a calma, a imagem de credibilidade e de verdade que Ferreira Leite tem tentado transparecer. No confronto directo com Vital, claramente melhor.

Nuno Melo. Do outro mundo. Ganha, claramente o debate, e começa a afirmar-se como o mais preparado de todos os candidatos, não custa admitir. Admiro Nuno Melo desde há muito tempo. Aliás, o CDS tem um naipe de excelentes quadros. Nuno Melo, Diogo Feyo, Teresa Caeiro, Pires de Lima, Paulo Portas, Pedro Mota Soares, entre tantos outros. Não ficava surpreendido com um PP a ter 15% nestas eleições. Não fosse Nuno Melo, e Rangel e o PSD poderiam encomendar as faixas.

Tentando classificar prestações:

Vital Moreira – 2 Valores
Ilda Figueiredo – 7 valores
Miguel Portas – 13 valores
Paulo Rangel – 15 Valores
Nuno Melo – 18 Valores

Em síntese: O PS perde cada vez mais a hipótese de chegar à maioria absoluta. Sócrates enervado, PSD e PP tranquilos. PCP amarrado. BE a correr atrás do prejuízo. Nas Europeias, Vital desastroso, Rangel com grandes hipóteses, Nuno Melo fantástico, Miguel Portas a afirmar o BE, Ilda a cassete do costume.

Uma palavra para as autárquicas: Luís Fazenda é o nome do BE para a Câmara de Lisboa. Com Roseta, BE e PCP a terem 26 a 27% no mínimo, não é difícil de fazer as contas. Mesmo que Santana, com coligação com o CDS, consiga apenas 40%, habemus Presidente. Com muita calma. Nós. Muito Nervosismo. Eles.

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