Eleições AAFDL

>> sexta-feira, 27 de março de 2009

Estão a realizar-se as eleições para a AAFDL, durante estes dias. Na madrugada de sexta para Sábado, teremos resultados. Tentarei posta-los por aqui.

Nada disse ao longo deste processo, onde tentei manter a equidistância relativamente ao acto eleitoral, à campanha, e às listas. Como tinha anunciado aqui no Blogue, não fui candidato, nem fiz parte de qualquer lista.

A responsabilidade deve imperar. Se não temos tempo para os projectos, devemos ser sérios e assumir, dando lugar a outros que tenham mais tempo para despender com a Associação Académica. A Academia assim o merece.

Não vou aqui tecer qualquer comentário valorativo, não vou tecer qualquer juízo de valor sobre qualquer uma das listas, nem tão pouco, dizer qual a lista que recolhe o meu voto. O acto eleitoral está a decorrer, e não quero condicionar. Mas também não queria deixar de dar a minha opinião, antes dos resultados finais.

O movimento cívico “Os Marretas”, eterno candidato às eleições, capitaliza os votos de protesto. É um momento que faz as coisas com humor. Não tem um real objectivo de vencer as eleições. Interpreto, que sejam apenas uma opção para aqueles que olham para as duas listas e não observam uma solução decente para o futuro da Academia. A pergunta que faço é: Se os Marretas se assumissem como verdadeiros candidatos, com um programa forte, essencialmente, apostado em melhorias no departamento recreativo e cultural, que votação poderiam alcançar?

A lista Q, apenas candidata à Mesa da Assembleia, surge também como uma opção, diferente. Não sei o contexto em que surge, mas, e correndo o risco de estar a fazer uma má leitura, pretende oferecer uma alternativa credível à mesa da Lista A. Parece que a Lista Q, quer apenas assegurar o normal funcionamento das RGA’S. A Lista H, principal opositora, da lista A, não apresentou qualquer candidatura à mesa, parecendo-me óbvio, que a Q, vai capitalizar todos os votos H nos restantes boletins. E os simpatizantes da Q, deverão votar H, no resto.

A Lista H, liderada pelo Frias, aluno do 2ºano, apresentou-se ao eleitorado, quanto a mim, tarde de mais. Só os resultados poderão confirmar ou refutar a minha tese. Mas com nomes, conhecidos da academia, como o caso do seu 1º vice-presidente, Tiago Gonçalves, também apontado nos corredores como putativo candidato, para já não falar de outros nomes e apelidos bem conhecidos do público em geral, e da academia em particular, a lista H poderia efectivamente estar mais dentro da corrida. Até pode estar. Talvez esteja. Mas com tudo programado com mais tempo de antecedência, as coisas seriam mais fáceis. Mais, julgo que numa lista tão recente, deveria ter sido apostado no contacto directo, pessoa a pessoa, e na entrega em mão de uma pequena síntese do programa. A pergunta que fica é : Será que não foi estratégico este avanço mais em cima da hora? A realidade, é que a Lista A, pareceu ter sido apanhada de surpresa.

E assim chegamos à Lista A, liderada pelo João Ascenso, aluno (e que aluno!) do 3ºano da Faculdade de Direito de Lisboa. Uma lista que não mexe muito, e que é revestida a tons de Laranja…mas que não chega ao Laranja Choque. Com alguns nomes conhecidos da JSD, como é o caso do Ivan da secção B e da Margarida Balseiro Lopes da secção da Marinha Grande, a lista A, aparece como a principal favorita, precisamente, porque tinha a campanha pensada e agendada com muita antecedência. A realidade é que não fez a campanha mais espectacular do mundo. Duas leituras: Ou acharam que não era necessário, ou foram mesmo apanhados na curva pela H, e não tiveram capacidade de resposta no momento.

A Lista A, tem excelentes quadros nas suas listas. A Lista H também. Aliás, a lista H, tem uma forte componente da minha turma, B-11, pelo que a ligação afectiva, pelo menos, é relativamente evidente.

E o que acontecerá na madrugada de amanhã? A Lista A ganhará como a maior parte espera? E com que diferença? E a Q, será que consegue ganhar a Mesa, no somatório dos votos Q-H? E será, que a surpresa vai acontecer, e a H vai mesmo ganhar?

Só amanhã saberemos. Acho que o importante é que a lista que perca, não se fragmente e faça uma oposição séria, credível e presente nas Reuniões Gerais de Alunos.

Alguém quer avançar com uma previsão de resultados?

12 comentários:

Anónimo 27 de março de 2009 às 02:23  

Estas eleições da AAFDL foram claramente mais moderadas, no que a campanha diz respeito, se comparar-mos com os anos anteriores em que me pareceu haver algum atrito entre listas, atrito amigável, diga-se, e de ocasião. Poderá ser também porque era novidade para mim, enfim, aqueles primeiros anos de curso…
De qualquer modo estas eleições mostram 4 listas na luta, na realidade 3, pois uma descarta de imediato qualquer hipótese de ser alguma coisa que não o voto de protesto. A luta entre as outras 3 dá-se em parâmetros diferentes entre cada uma delas. O voto na H é o voto do descontentamento de lista A que já leva 2 anos de direcção. Perguntar-se-á se existem razões para o descontentamento. Não sei, tudo foi potenciado pela crise de Bolonha. No fundo a questão que se coloca é: Poderia a AAFDL ter feito mais tendo em conta a actual importância que tem nos órgãos da FDL? Também não sei, lamento.
O voto na A é o voto da “relativa” continuidade, digo relativa porque mudam as pessoas e ideias, creio, e continuidade porque se mantém a lista A no “poder” caso vença as eleições.
Já o voto na Q é uma espécie de tentativa de equiparar as coisas nas RGA’s, uma tentativa de aplicar na prática o sistema de “Checks and Balances” ou Freios e Contrapesos, sistema aprendido em Direito Constitucional, cadeira incrível. Porém como alguém me lembrava, assim como na AR o Presidente da mesma é do partido mais votado, será que fará sentido um Presidente de Mesa de uma lista oposta à da Direcção? Deixo ao critério de vossas excelências, leitores deste espaço.
Já outra questão é o Órgão fiscalizador. Será que deve ser de outra lista que não a da direcção? Outras questão que vos deixo.
Uma dúvida que me assaltou durante a campanha foi a questão dos brindes. Fez-me lembrar o “dilema do prisioneiro” (ainda que bastante tremido) aprendido em Economia Política, outra cadeira fenomenal.
Se uma lista dá brindes e a outra não dá, a primeira sobressai, e poderá daí tirar dividendos. Se as duas dão, no fundo anulam-se neste ponto, não creio que alguma poderá beneficiar, aliás, não é por me darem um lápis ou um livro que altero o meu sentido de voto. Se as duas não dão brindes, é o mesmo, nenhuma sai beneficiada. No fundo dão-se brindes por 4 razões: 1- Acreditam que as pessoas alteram o sentido de voto devido a brindes, 2- Evitam que a lista oponente disponibilize brindes em exclusivo, 3- É já um hábito, 4- Como alguém dizia, se não derem brindes as pessoas não lêem o programa.
No entanto o que importa nestas eleições é a pluralidade de opiniões e a participação dos alunos no sufrágio. Esta participação pode ser o espelho do país no que a abstenção diz respeito. Viva a FDL.

P.S.: Este comentário enorme não reflecte da parte de quem o escreveu qualquer protagonismo. Assim como este P.S..

Anónimo 27 de março de 2009 às 02:29  

Correcção: na 38ª lisnha deveria ter escrito "Outra" e não "Outras". Fica o reparo.

Anónimo 27 de março de 2009 às 02:30  

Nova correcção: No meu anterior comentário escrevi "lisnha" quando queria escrever "linha". Fica o reparo.

Tiago Mendonça 27 de março de 2009 às 02:31  

Caro Bruno,

Um extenso comentário, a fazer lembrar um testamento cerrado, agora, que entramos no fim-de-semana anterior ao teste de Sucessões.

Concordo com muito do que dizes.

Sobre esta campanha, acho que faltaram claramente 4 coisas.

-Uma lista opositora, com dois ou três meses no terreno, com um candidato fortissimo, capaz de provocar o verdadeiro debate politico na Academia.

-Uma campanha aluno a aluno, como, por exemplo, eu fiz, quando venci a Associação de Estudantes no Secundário. Falar com todos os alunos. Ouvir os problemas. Perceber os objectivos. Medir os anseios. Só depois fazer o programa eleitoral.

-Um debate entre os dois candidatos. Um debate onde se pudesse efectivamente perceber duas coisas: Onde é que a Lista A falhou e poderia a lista contrária fazer melhor, e quais são os pontos em que o João Ascenso converge e diverge da anterior direcção.

-Uma campanha de vários dias, com blogues de campanha, com os tais debates publicos, com programas sectoriais, apresentação de listas, sondagens. Uma coisa à seria.

E claro. Ouvi pouco, muito pouco, sobre o regulamento de avaliação. O plano de estudos. A adequação a Bolonha.

Anónimo 27 de março de 2009 às 22:57  

Votei. Não por ser adepta incondicional de uma das listas mas porque por exclusão de partes, o que li do programa de uma pareceu-me melhor do que o que li do programa de outra.
Convenci-me a votar pois só assim algo muda (positivamente, diga-se).. mas é então que surge a derradeira pergunta! Mudar o quê? é verdade que se distribuíram folhetos com todas as mudanças que se pretende fazer mas, como aluna do 1º ano, muito pouco envolvida nestas "politiquices" , pergunto-me no que é que tudo isso contribuirá para o meu bem-estar enquanto aluna da FDUL? Acho que todas estas questões podiam ter sido melhor abordadas com um contacto mais pessoal com os alunos ou com programas menos extensos.

Tiago Mendonça 27 de março de 2009 às 23:36  

Precisamento, Anónimo.

O seu ultimo paragrafo vai ao encontro do que disse no post.

Deve haver um programa sim, distribuido a quem quer. Talvez por menos dinheiro do que o gasto em brindes ou nas impressões de tantos programas podia-se ter posto o programa numa pen. Era original e talvez cativasse.

Depois devia existir um flyer distribuido no inicio e no fim da campanha, com 5 ou 6 propostas marcantes, sintetizadas em frases-chave.

E depois um flyer (pode ser a preto e branco, sem problema) com 4 ideias por departamento e três linhas de apresentação do responsável.

3 niveis de informação. Um completo, o programa. Outro sectorial, relativamente desenvolvido, mas suficientemente sintético, e um, por fim, apenas com as ideias chave.

A constituição da lista deveria estar afixada, com fotos, apenas uma vez, nas "sedes de candidatura".

Os brindes são dispensáveis.

Chegou pouca mensagem. Não se soube agarrar os "nichos" da Faculdade. Aliás, apenas o fizeram através do cacique habitual.

Falar aluno a aluno, nada. Não percebo a utilidade de estarem aglomerados ao pé das mesas de voto.

Enfim. Mas quem não sabe mais, a mais não é obrigado.

E afirmo, sem qualquer arrogância: Não é nada dificil ganhar a AAFDL.

Anónimo 27 de março de 2009 às 23:43  

Perfeito perfeito seria criares a tua própria lista!!Não é preciso muito para perceber que tens vocação para esse ramo!!

p.s. Liliane ( a anónima xD)

Tiago Mendonça 27 de março de 2009 às 23:54  

Liliane,

Obrigado pelo comentário tão simpático.

Infelizmente não tenho tempo para tal. Seria com honra que representaria os alunos daquela faculdade.

Só para ti:

A minha fronteira das possibilidades de produção não permitia chegar até lá. Para além disso o custo de oportunidade seria altissimo e o beneficio marginal reduzido. Estou mais preocupado no investimento em capital humano,importante factor de crescimento económico.

Anónimo 28 de março de 2009 às 12:29  

és cá um artista! não é nada difícil ganhar a aafdl lol toda aquela malta que perde meses a preparar eleições deve concordar contigo! és cá um cromo.. gostava de te ver a fazer uma campanha na fdl, ainda tinhas menos votos que a H

Tiago Mendonça 28 de março de 2009 às 15:40  

Caro Anónimo,

Sempre o refugio no anonimato. Até cansa.

Ganhar eleições não é dificil. Mas nunca disse que nao se tinha de trabalhar. São precisos 3 a 4 meses de preparação, por forma a escolher uma equipa equilibrada, representativa dos vários interesses e objectivos dos diversos grupos da faculdade. É preciso tempo para ter um programa bem estruturado. É preciso tempo para se ganhar os debates publicos que deveriam existir. É preciso tempo para lançar os flyers sectoriais. E sobretudo é preciso tempo para se ter 10 minutos para falar com cada um dos alunos. Assim se ganha eleições.

Já me disseram isso que me está a dizer uma vez. No secundário. Tinha 15 anos e acabadinho de entrar na escola. Também disse que era fácil. Contra mim concorreram a Lista Z (há anos e anos no poder, constituida por alunos com 6 anos de escola) e a lista G (constituida por um conjunto de raparigas do 11ºano). Todos me disseram isso. Falou-se durante a campanha que eu teria 10 ou 20%. Falei com todos os alunos. Todos. Mas mesmo todos. De todos ouvi ideias e a todos expliquei as propostas.

1 mês depois de eu entrar na referida escola, foram as eleições.

Lista G - 10%
Lista Z - 20%
Lista X(presidida por mim) - 70%

É assim.

Anónimo 2 de abril de 2009 às 00:35  

E queres o quê?
Um prémio?

pfff.

Tiago Mendonça 4 de abril de 2009 às 19:32  

Chegava-me que não se acorbadasse no anonimato.