Amigos. Obrigado.

>> sexta-feira, 27 de março de 2009

Dizem que o melhor da vida é os amigos.

Eu acho que as relações de amizade têm a especial característica da discricionariedade, isto é, enquanto as relações familiares, nos são impostas, gerando-se os laços afectivos, na maior parte dos casos, pelo amor que se sente, pelos laços sanguíneos, pelo convívio diário, as relações de amizade são por nós escolhidas. Ninguém nos obriga a ser amigo de A ou B. São escolhas.

E de facto, as namoradas passam, as turmas passam, os empregos passam, mas os amigos ficam. Este post é dedicado aos meus amigos.

Apesar de ser considerado um rapaz relativamente sociável, em particular, enquanto estudava no Ensino Secundário, talvez por via, de ter presidido à Associação de Estudantes da escola onde estudei, nunca fui de dizer que tinha muitos amigos. Mas sempre disse que os que tinha eram fantásticos.

Não tenho um feitio muito fácil de lidar, confesso, sou muito exigente comigo e com os outros e nem sempre tenho a disponibilidade que gostava de ter. Mas ando a tentar melhorar isso!

Um dia falava com o meu grande amigo, o Pedro, que seria fantástico daqui a 30 anos estarmos os dois, a jogar a bola, como hoje, a fazer churrascadas como hoje. Isso seria sem dúvida, uma das coisas mais marcantes da minha vida. Manter os amigos da adolescência até à velhice.

Chegado a este momento do post, uma dúvida se coloca. Ou elenco 3 ou 4 amigos, que considero mais especiais, por uma razão ou outra, mas corro o seríssimo risco de estar a ser injusto por não nomear alguém, ou até, de estar apenas a focar-me no contexto, já que muitas das vezes, por exemplo, com colegas de turma, o que existe é uma relação próxima de companheirismo e não tanto uma amizade para vida, ou então não elenco ninguém mas não saliento quem acho mesmo importante e me ocorre logo à cabeça. Enfim, irei elencar.

Do Pedro já falei. Meu grande amigo. Tardes de ócio pela portela, dissertações no pátio, acompanhadas de uma bebida adquirida no Suportel, abre latas sempre à mão, tardes inteiras de FIFA, onde jogo a jogo eu era cada vez mais derrotado. Campanhas ganhas, sarilhos resolvidos a dois. A JSD. Ganhámos os dois. O Benfica. O Pedro no Hospital. Eu no Hospital. As caracoladas, a fenomenal equipa Carcelen, as corridas da Republica, a viagem de finalistas. As fotografias e os aviões. O negócio de bolsista ao pé de uma qualquer universidade técnica. O PES. O Poker. As futeboladas. Os congressos. As chatices. Sem dizer mal. Duas peras, e tudo na boa. As conversas de fim de noite no automóvel. Aquele Abraço.

O Jorge, o meu amigo Jorge. Deposito mesmo muita confiança no Jorge e falamos os dois de coisas que, atrevo-me a dizer, falaremos com muito, muito pouca gente. Talvez com ninguém. Um ombro amigo do tamanho do mundo. 4 e 5 da manhã a ouvir as choradinhas depressivas. 4 e 5 da manhã a elogiar e a colocar cá em cima. Tantas e tantas manifestações de orgulho e admiração. Enfim, tantas conversas, tanta cumplicidade. Um daqueles que quero preservar para sempre.

O Luís, o meu amigo Luís. Por contingências várias, estamos, agora, menos vezes juntos. Mas não me poderia esquecer do Luís também. Muito preocupado e atencioso. Não me esqueço de gestos fantásticos que teve em alturas menos radiantes. E do Magic. Ganhei-lhe nos matrecos. 1º jogo ganhei por um golo. 2ºjogo o inverso. 3ºjogo voltei a ganhar por um golo. Lembro-me bem desse dia. Fomos ao Continente, e por lá vimos um chinês ou japonês a comprar dezenas e dezenas de pacotes de arroz. E as miniaturas depois de um bingo do Belenenses. E malandrices imperdoáveis. Banhinhos e tal!

A Mariana, claro. Uma amiga, acima de tudo, uma amiga. Uma amiga fantástica, com que vivi momentos brilhantes. Os acampamentos no Baleal, Kandersteg, Praia, Armação, Discussões, Possessões, Piercings. Livros. Cinemas. Praias. Quadros. Telas. Fotos. Calendários. Malas Trocadas, o continente como café de serviço, as batatas de papirika e o meu invariável mau gosto na altura de escolher entre o que comer. Acima de tudo um ser humano fantástico, como já não vejo hoje. Uma amiga leal, capaz de ficar sem comer para dar o prato ao amigo.

E pronto. Analisando os últimos 5 anos da minha vida, teria que ficar por aqui. Estas 4 pessoas, umas vezes de forma mais evidente, outras de menos evidente, ocuparam um papel fundamental. Absolutamente basilares do meu crescimento e desenvolvimento como pessoa.

Mas quero ainda acrescentar mais alguns.

O Bruno, que nos últimos meses, anos, se tem revelado, bem mais do que um colega de turma. Longas as conversas e os passeios de bicicleta. Assunto não falta. Reflexão puxa reflexão. Opinião contra opinião. Crescimento comum. Temas comuns. E, grande Bruno, se isto não fosse um espaço público, poderia aqui dissertar um pouco mais que outras coisas me sugerem a palavra comum.

Gosto muito da minha turma. A Sandra, com o seu feitio peculiar, a Teresa sempre bem disposta, a Susana com que também muito converso, o Tiago, pessoa que vejo como exemplo em algumas coisas, o Nuno, uma pessoa que consegue adaptar-se muito bem a cada realidade.

E a Joana. Durante mais ou menos um ano, assumiu um papel extraordinário, dando provas de grande amizade, confesso. Joana, o pequeníssimo Cheescake e o péssimo sumo de fruta. O Chá e o Casino. As loucuras à uma da manhã. A Ericeira, a quinta das conchas, o melão aos bocadinhos. Aquele abraço. As imensas discussões e as imensas turras. O Bolo de Chocolate no teu dia de anos. O Parque e o BBC. Os altos e baixos. Os nadas. Os zeros. Mas o destaque. Merecido.

Ainda num contexto de faculdade, outra Joana. Joana Duarte Pereira. De uma classe fantástica, educação esmerada, estabelece muros altos mas que escondem uma paisagem muito agradável quando se consegue transpor. Uma pessoa importante. Em especial nos últimos meses.

Muitos e muitos amigos me faltam aqui. Pessoas que de uma forma ou outra deram contributos importantes. Politicamente, uma palavra para o Ricardo Andrade, o meu presidente de secção da JSD. A malta dos escuteiros. Raquel, Rubio, Ivo, Sara, Miguel, Filipe, Duarte, Sena, Marta, André, Claire, João, Mx…enfim, todos, todos.

Mas não podia acabar sem uma palavra para a Ana. Uma amiga muito peculiar. Muito amiga há uns anos, com muitas misturadas pelo meio. Alguns meses, talvez anos, de afastamento. Novas experiencias e novas vivências. Mas Ana, nunca, mas nunca, me esquecerei do gestos fantásticos que tens tido ao longo das últimas semanas. De um voluntarismo inexcedível. Uma disponibilidade permanente. Uma atenção constante. E uma valorização. Um fazer sentir que somos apreciados. E também não me esquecerei, que agora, como há uns anos atrás, tiveste de fazer rupturas. Mais difíceis ou menos difíceis. Mas fizeste. Fizeste mesmo. E sinceramente, tens dado muito. Muito mais do que tens recebido. Só posso agradecer.

3 comentários:

Anónimo 27 de março de 2009 às 17:04  

Porque "temos uma história". Porque há coisas que não se explicam, sentem-se. E esta amizade é sentida.

Obrigada...

Tiago Gonçalves 28 de março de 2009 às 00:03  

Como amigo que sou, acho que exageraste nas considerações sobre mim, até porque este ano me esqueci do teu aniversário.
Um abraço amigo.

Pedro Correia 29 de março de 2009 às 18:14  

Relembro esses momentos com uma naturalidade e saudade claro como se tivessem acontecido hoje.
Estou certo que muitos mais para relembrar se sucederão.

Grande Abraço