Mel e Paixão, por Diogo Agostinho

>> terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Políticos e Gestores


Hoje em dia, discute-se muito a pouca capacidade de atrair os melhores quadros para a política. Que os lugares políticos deveriam ser melhor remunerados de modo a atrair os grandes gestores do sector privado e os bons quadros que por aí proliferam. Contudo, parece-me uma ideia totalmente errada e sobretudo que inverte a questão. Se a política for um meio para atingir o lucro pessoal então, estaremos numa clara lógica de empresarialização notória e de alguma gravidade.

Existem de facto bons gestores, excelentes quadros de empresas, que obtém ano após ano lucros astronómicos e resultados, de fazer corar qualquer ministério. Porém, quando olhamos apenas para um simples balanço de resultados não encontramos os métodos. Por vezes, com base em demissões, em cortes essenciais as empresas sobrevivem e atingem o lucro para alguns (poucos, normalmente) accionistas.
Ora, na política não se trata de lucro. A política deve ser uma profissão nobre e sobretudo de entrega e de espírito de ajuda. O lucro de um governo é constatar que a população enriqueceu, detém maior poder de compra, se encontra feliz e renova o seu mandato.

A política é nobre e não deve ser o local de passagem para hoje, arregimentar contactos e amanhã ser banqueiro, presidente de holdings ou advogado de governos e câmaras municipais com contratos chorudos. Aos gestores o que é dos gestores, aos políticos que detém o sonho de mudar o mundo o que é da política.

Diogo Agostinho

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