Sondagens

>> terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Um paradigma: As sondagens afirmam que a maioria das pessoas não acreditam em...sondagens! Pois, claro que não podem acreditar.

A um ano das eleições, com apenas dois candidatos anunciados, uma sondagem, que na ficha técnica, assume ter sido encomendada pelo PS, dá uma vitória a Costa com 15% de vantagem sobre Santana. Assume que Carmona não avança e que os votos se espalham entre PS, CDS e PSD. E diz que o PP sobe. Cenário de Coligação? PSD a 6 ou 7%.Nem se fala disso.

De todo o modo, eu não acredito em sondagens. E acho mesmo que essa em particular, pela forma como foi conduzida, é mais favorável ao PSD que ao PS. Mas quatro exemplos, para vos explicar como é que a "coisa" funciona.

Em 1999, dizia uma sondagem.

PS - 57% (Maioria absoluta estrondosa de Guterres)
PSD - 29,7%

Resultado Real

PS - 43,9 (Sem maioria Absoluta - Mais de 13 pontos percentuais abaixo)
PSD - 32,3

2001 - Presidenciais

Sondagem:

Sampaio - 63%
Ferreira do Amaral - 14%

Realidade:

Sampaio - 55,7%
Ferreira do Amaral - 34,5%

Na realidade a diferença foi de 20 pontos percentuais, sensivelmente. Na ficção das sondagens quase 50% de diferença!

Mas vamos lá a autarquicas:

Expresso em 2001, Câmara Municipal do Porto.

PS - 44%
PSD - 19%

PS - 38,46%
PSD - 42,75%

Afinal Rui Rio não perdeu por 25%. Foi eleito Presidente da Câmara Municipal com 4% de vantagem.

Mas vamos lá acabar por onde comecei. Câmara Municipal de Lisboa em 2001. Santana Lopes era o candidato pelo PSD. Expresso antecipa a sua edição de Sábado para Sexta-Feira e publica a seguinte sondagem.

PS - 41%
PSD - 31%

(Resultados similares à sondagem à boca das urnas em todas os canais de televisão)

Realidade:

PS - 41,70%
PSD - 41,98%

Santana ganhou a Câmara. Como ele diria, contra ventos e marés. Mas também contra as sondagens.

Denominador Comum: As sondagens favorecem de forma escandalosa o Partido Socialista. A maior maioria absoluta de sempre de Guterres não chegou a ser sequer maioria absoluta. A diferença entre Sampaio e Ferreira do Amaral, não foi de 50% mas de 20%. Rui Rio não perdeu com 25% de desvantagem. Ganhou as eleições com 4% de vantagem. Santana não perdeu por 10% de diferença. Ganhou.

Por isso, uma sondagem a um ano antes, encomendada pelo PS, sem equacionar que o PP pode vir coligado e que muito provavelmente não será o fortissimo Portas o candidato, não equacionando a re-organizaçao politica da esquerda, dar 15% de desvantagem é um sinal muitissimo claro que o PSD está pertissimo de ganhar aquela Câmara.

Mas a derradeira sondagem é o voto dos lisboetas. Costa fala em formiga contra cigarra. Eu falo em obra feita e à vista de todos versus nenhuma obra erguida e um empréstimo muito mal explicado que agora afinal já não era preciso. Os lisboetas não vão votar com base em critérios relacionados com quem as revistas dizem que sai mais ou menos à noite (longe da realidade também). Não votam em moedas boas e más. Vão votar em quem tem obra. E trabalho autárquico é algo que não podem dizer que Santana não tem. E parece que não deixou as finanças em assim tão mau estado que afinal o empréstimo já não era necessário.

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