Pedro Correia

>> sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Escrevo-vos no epílogo de um momento chave na história da JSD. A mudança que se exigia suplantava aquela que foi conseguida no mandato de Pedro Duarte. O desafio era agora maior; para Portugal, e para a JSD, ao serviço de Portugal. A escolha a fazer era entre a inércia e o intervencionismo político. De uma forma mais profunda, no momento de votar, era necessário ter a coragem de descontinuar uma política de renúncia às responsabilidades e abraçar um papel de liderança na resolução das grandes causas da Juventude e de Portugal.

O contexto é de crise, a crise da nossa geração, tal como noutro tempo histórico foram as de 29 e 73. No preâmbulo da mesma esteve uma noção clara de que vivíamos acima das reais possibilidades. As contas do presente foram sendo diferidas para um passado que se julgava intemporal, mas que de repente apareceu para cobrar a factura a pronto.
Este choque pôs a nu a insolvência e fragilidade do sistema financeiro e sobretudo uma vivência “arriscada” também dos agentes privados. As famílias e as empresas têm a sua culpa em ter aceite a entrada neste jogo especulativo e pouco credível.

Exige-se hoje sobretudo um modelo de desenvolvimento sustentável, em que a responsabilidade social e o governo corporativo das empresas tenha um papel fulcral. Contudo, é com apreensão que vejo as primeiras respostas a esta crise. Em Portugal, os socialistas promovem uma politica de crescimento irresponsável que torna facturas do presente em dívidas da juventude. Na Europa, os 170 mil milhões do pacote Barroso, embora com um verdadeiro esforço na confiança e sustentabilidade, é uma factura pesada.
Nos Estados Unidos, por mais que partilhemos a atitude politica de Obama, objectivamente, aguardo um movimento proteccionista que será prejudicial para a Europa.
Queremos continuar a viver com mais do mesmo? Deveremos dar o aval a uma politica de hipoteca do país que ignora créditos sobre o PIB de 180,200%?
Qual a nossa palavra, a da juventude, no meio de tudo isto?

Por isto e pelo silêncio de uma JSD alheada e desmotivada, julgo que encontrámos um ponto de viragem. Pela primeira vez na história da JSD houve uma segunda tentativa, uma segunda oportunidade de mudar.

É a custo que consigo referir-me no tempo presente, estou desiludido com o congresso. Saímos sem uma resposta a isto. Sem um objectivo claro. Sem um rumo. Quando vinha na viagem comentava com o Tiago quanto gostava de chegar e dizer às pessoas para verem o resumo do congresso e deixarem-se contagiar pelo último discurso do Bruno.

Estar à frente da JSD é apresentar trabalho, condição essencial, mas não é suficiente. Liderar é necessariamente motivar, reunir as pessoas para alcançar objectivos maiores. E aí não tenhamos dúvidas de quem seria o melhor.

Cabe a cada militante, às bases, dar tudo para ajudar a nova CPN a libertar-nos do governo socialista. Cabe-nos fazer deste momento realmente o ponto de viragem. O que posso dizer é que por mim Moscavide e Lisboa esforçar-se-ão mais do que nunca para se fazer ouvir a voz dos nossos jovens.


Este é um compromisso que não pode terminar neste congresso, é um esforço de intervenção necessário para os próximos anos, mas que está ao alcance da Jota.

Pedro Correia

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