Ensino Superior

>> domingo, 14 de dezembro de 2008

Não prometo, a 25 minutos das 5, e após um dia marcado por uma simbiose de estudo de Direitos Reais e de azia com travo a Mar, grande articulação das ideias ou exploração temática aprofundada.

Aliás, este texto acaba por ser um desabafo.

Ainda há pouco, numa janela de MSN, dizia isto, a propósito das férias mais pequenas ou mais dilatadas em algumas faculdades. Não podemos considerar que existe um padrão uniforme no ensino português. A diferença entre o Público e o Privado é gritante. Existem excepções. O meu convidado, para o debate sobre o financiamento do ensino superior é alguém a que reconheço enorme mérito e lecciona numa universidade privada. Não retiro mérito, também, à Universidade Católica Portuguesa. Mas se descermos pelo ensino superior privado...

E mesmo dentro do Ensino Público existem diferenças enormes. A diferença entre o nivel de exigência de um curso em relação a outro, é muito grande em Portugal. Felizmente, salvo excepções particulares, o nivel de dificuldade do curso é depois compensado com a remuneração e prestigio da carreira. Mas de facto, insurgo-me com a quantidade desmedida de cursos superiores existentes.

Centenas de cursos. Algumas faculdades não são faculdades mas antes Centros de...Desemprego. Não queria citar cursos para não ferir susceptibilidades, mas cabe dar alguns exemplos.Propono, como já escrevi noutro lado, que poderiamos ter um curso de ciencias sociais de 3 anos, com mais 2 (tipo mestrado integrado, para satisfazer Bolonha) em vez dos inumeros cursos que depois não dão em nada. Conheço quem tirou o curso de Sociologia, por exemplo, sendo um dos melhores alunos e não tem qualquer perspectiva de emprego. E que dizer de Filosofia? Ou ainda dos Estudos Chineses ou Estudos Africanos? Os cursos podem ser estimulantes intelectualmente, como é, por exemplo, Filosofia, mas ou se dá aulas ou para nada mais dá.

Sem grande reflexão, a manter as engenharias, curso de grande complexidade prática, o curso de arquitectura e um curso de artes (não percebo muito da coisa, mss justifica-se cursos autonomos de escultura ou pintura?) com especialização tal e qual o que proponho nas ciencias sociais. Ciencias Sociais, Cursos de Comunicação com Marketing, Publicidade, Comunicação Social, Direito, Economia e Gestão e na Área da Saude Enfermagem, Farmácia e Medicina.

Acho que depois podem (e devem) existir especializações. Mas acho que cursos tão especificos desde inicio não são grande ideia.

E depois muitos outros problemas existem. Qual a credibilidade (excepto em alguns cursos) de um mestrado no dia de hoje? Todos são mestres...e em tenra idade. Vários problemas.

O maior de todos a exigência. Nula no Ensino Básico, Despercebida no Ensino Secundário e depois enorme no Ensino Superior. Ou devo dizer enorme em meia duzia de cursos do Ensino Superior? Não será verdade que em muitos cursos o nivel de exigência continua por baixo?

Amanhã retomo o estudo de reais, depois de na parte da manhã dar um grande abraço de parabéns ao meu amigo Pedro Correia.

Reais, uma cadeira semestral no meu curso, impõe ler muito mais coisas do que muitos cursos impõe em todas as cadeiras juntas nos 3 anos de curso. Garanto.

Uma ultima nota para os estagios. Na área da saúde, estágios desde o primeiro ano. Componente Prática a funcionar. Em Direito tente-se o mesmo. Deve-se ir assistir a mais julgamentos e tentar colocar os alunos um dia nos escritórios. E depois divulgar-se e incentivar-se os estágios de verão.

Semestre muito duro este. Mas também muito enriquecedor. E tenho tido o previlégio de assistir a aulas de pessoas fora de série. Sexta-Feira, será o Professor Pamplona Corte Real a fechar o curso de Direito da Família. Lá estarei, com honra. Sinto-me previligiado em estudar na Faculdade onde estudo. Orgulho. Quantos alunos poderão dizer o mesmo?

Alguns temas para reflexão:

Medicina no Privado?

Principio do utilizador-pagador no Ensino Publico?

Soluções para o financiamento do Ensino Superior?

Redução de cursos; Sim ou Não?

Até breve!

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