XX Congresso Nacional da JSD

>> domingo, 16 de novembro de 2008

Fica aqui uma primeira análise ao XX Congresso Nacional da JSD.

Perspectiva-se um congresso interessante, mais uma vez disputado entre Pedro Rodrigues e Bruno Ventura. Esta será a grande semelhança com o Congresso de Espinho. Tudo o resto deverá ser diferente.

No que respeita à organização do Congresso, substanciais diferenças. O sistema das moções temáticas terá que ser testado, mas não me oponho, a ideia da iniciativa de solidariedade parece-me bem conseguida por parte da actual CPN.

Mas, a primeira grande diferença, surge na condição em que se apresentam os dois candidatos. Hà um ano e meio, Pedro Rodrigues vice-presidente da CPN respondia, indirectamente, pelo trabalho por esta realizado. Bruno Ventura candidatava-se propondo uma mudança na JSD, rumo a uma juventude afirmativa. Actualmente, Pedro Rodrigues responde directamente pelo trabalho realizado pela CPN/JSD, na medida em que presidiu aos destinos da organização no último ano e meio.

E começo por aí: Terá sido o trabalho da JSD suficientemente capaz? Terá sido marcada uma agenda de causas por parte da Juventude Social Democrata? A mim, parece-me que não.

O mandato foi, na minha opinião, não satisfatório. Foi ineficaz e ineficiente. Ineficaz no sentido de a JSD não se ter assumido como uma Jota activa e representativa dos Jovens Portugueses. Ineficiente porque foram alocados para a Comunicação e Informação todos os fundos, ou pelo menos, grande parte deles. Temos um site novo, uma Festa na Praia, um Camião a distribuir souvenirs. Quanto ao site, ao nivel de uma qualquer secção. A Festa, perfeitamente concretizável por uma Associação Académica. Gabo a iniciativa do camião, mas lamento ter sido a mais marcante de todo o mandato. A JSD tem que ser bem mais do que isso!

Nada mais foi feito. Enfim, umas aproximações de proposta sobre a Porta 65 e nada mais. As coordenadoras estiveram completamente paradas. Já se esperava, na medida em que, pelo menos uma delas, foi escolhida pelo critério dos votos. Não me supreendeu o fraco trabalho.

Em suma, a JSD, ao fim de um ano e meio, é uma organização cujo o embrulho é bonito, mas de conteúdo inexistente. E ao fim de um ano e meio, o que nos diz o Pedro Rodrigues e a sua equipa? Que agora são eles! Não me parece. Peço desculpa, mas acho mesmo que agora é a nossa vez.

E é a nossa vez, é a vez do Bruno Ventura, porquê? Por três razões fundamentais.

Em primeiro lugar, porque configura a mudança. Configura a esperança de se fazer melhor. Podemos acreditar novamente que a JSD será uma juventude afirmativa e verdadeiramente representativa dos valores e causas dos jovens.

Em segundo lugar, porque, ainda que não se devendo comparar circunscrições, porque, por exemplo, os fundos são completamente diferentes (pense-se na diferença entre o orçamento da CPN e de uma CPD) o Bruno tem obra feita em Lisboa. Natalidade, Integração e, sobretudo, a Campanha sobre os Recibos Verdes são o background necessário para afirarmos com toda a confiança e certeza que o Bruno fará bem melhor que o Pedro Rodrigues.

Em terceiro lugar, uma razão negativa. O Pedro Rodrigues e a sua equipa para além de terem feito um trabalho bastante fraco, interferiram vergonhosamente em processos distritais. Desceram às estruturas de base, apenas para o cacique pré-eleitoral e para a interverência incompreensivel e intolerável.

Por tudo isto, o Bruno apresenta-se como o melhor candidato. E a sua vitória, parece-me uma evidência. Nem com rateios esquisitos isto deve mudar. Os apoios já conferidos conferem maior certeza a esta afirmação.

Analisando agora os apoios já conferidos, interessa desmistificar a ideia de que o Pedro Rodrigues ganha em Lisboa e no Porto. Nestes dois distritos, estou absolutamente convicto que o Bruno terá a maioria. Mas não só aqui. Braga, Viseu e Açores apoiam este candidato. E que dizer do Algarve e de Évora?

E poderia citar mais distritos e mais secções. São 600 delegados. Poupo-me ao trabalho.

Acredito que a JSD já percebeu que é altura da mudança. Num tom "obâmico" atrevo-me a dizer que, sim, nós podemos. Podemos mudar. Podemos afirmar a JSD. Afirmar os valores dos jovens Portugueses.

6 comentários:

Anónimo 16 de novembro de 2008 às 11:58  
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Carlos Faria 16 de novembro de 2008 às 14:17  

Acabei de ler o artigo publicado no "in concreto". apenas votos para que a jota volte a ser uma força que represente verdadeiramente jovens e que não se deixe apagar por interesses instalados ou seja usada (ou mesmo abusada) em prol do interesse do partido em detrimento do grupo que representa. Estar com o partido e ao lado deste não é deixar de defender as suas causas. certo que nunca fui jota (a força de ter ideias e lutar não o deixou numa época em que nos açores ser servil foi regra), mas também é certo que sempre fui e sou laranja sem medo de choques.

Tiago Mendonça 16 de novembro de 2008 às 16:13  

Tive que pela primeira vez eliminar um comentário.

Permito o debate de ideias e tenho gosto em observar as opiniões divergentes.

Que bom seria, a propósito deste post que um apoiante do Pedro Rodrigues manifestasse a sua opinião divergente, elencando os pontos em que discordava da minha opinião.

Contudo, o bom uso da liberdade impõe um limite : o do respeito pelos outros e pela liberdade dos outros.

Por isso serão apagados todos os comentários cuja linguagem seja ofensiva ou seja atentatória dos bons costumes.

Pretendo que este espaço seja um fórum de discussão de ideias. Não uma amalgama de palavrões.

De resto, até os anónimos são livres de aqui deixar a sua opinião. Por vezes alguns comentários anónimos revestem extrema utilidade.

Tristemente, ainda muitos se refugiam no anonimato para cobardemente atacarem os outros.

Obrigado geocrusoe, concordo com o que disse. Ser leal e cooperante para com o PSD não significa não ter uma agenda de causas próprias. A JSD tem como principal função isso mesmo. Representar uma franja da sociedade em que, cronicamente, o PSD tem mais dificuldade em chegar.

O problema são as vendas. Quem hoje é da Jota, amanhã será do partido. E então dá jeito que esteja caladinho por ora, para amanhã ter um lugar na Assembleia da Republica. Enfim...o costume!

Tibério Dinis 16 de novembro de 2008 às 17:32  

Concordo, as jotas precisam ganhar espaço independentemente das agendas dos partidos e marcar o seu panorama político próprio.

Haja Saúde

Fernando Silva 18 de novembro de 2008 às 17:24  

Caro Tiago

Resolvi passar por cá, não na qualidade de apoiante do Pedro Rodrigues, mas para enaltecer a forma, embora parcial, como diriges a tua opinião sobre o Congresso.
Não vou aqui tecer comentários sobre o Bruno ou sobre o Pedro, uma vez que não seria delicado da minha parte, mas cuidado com a informação que passas relativamente ao apoio das distritais...há muitas incorrecções.
De resto, envio um abraço, e votos de bom trabalho para os lados de Moscavide

Tiago Mendonça 19 de novembro de 2008 às 00:37  

Caro Fernando Silva,

Dou-te as boas-vindas a este meu humilde espaço de opinião.

É um gosto receber pessoas que sabem divergir com educação e que acrescentam algo ao debate de ideias.