A fronteira da ética

>> sábado, 20 de setembro de 2008

A política como muitas coisas na vida, é um jogo. Uns ganham e outros perdem (apesar de agora parecer que tambem se empata). Uns ganham umas vezes e os outros ganham outras vezes. Ninguém é imbatível, ninguém é sempre derrotado. Mas como qualquer jogo deve ter regras.

A primeira e a mais importante é a ética. A tal fronteira que cada um deve traçar, intransponível. A fronteira que contêm os valores nucleares da personalidade individual. Aquele conjunto de coisas que nunca concebemos fazer, nem que esteja em causa a vitória no jogo.

O jogo da política é bonito de ser jogado. Com risco, com emoção, com disputas ideológicas acessas, com retórica, com trunfos de mestre, com garra e com paixão. Mas se não tiver ética passa a ser uma vergonha. Passa a ser inútil.

De nada vale uma vitória, se ela não a tiver sido de facto. De nada vale um empate se ele não tiver sido de facto. O mesmo se aplica às derrotas.

As fronteira da ética, diverge de pessoa para pessoa. Aceita-se. O que não se pode aceitar é que para alguns essa fronteira não exista.

As juventudes partidárias podem e devem assumir um papel importante na sociedade. Um papel informativo e formativo de novos quadros. Assumirem-se como agentes que tornam os jovens melhores pessoas e mais preparados para a vida. Escolas de formação dos futuros governantes do país. Organizações capazes de apresentar propostas de políticas de juventude. A mescla entre a irreverência e a responsabilidade são o toque necessário para despertar os jovens para a política, para os políticos e para os problemas do hoje e do amanhã.

As juventudes partidárias não se podem demitir desse papel. Mas ao quebrarem a fronteira da ética, demitem-se, efectivamente.

O grande desafio das juventudes partidárias é o da sua credibilização. E isso não se faz numa lógica de empregos, de favores e de promiscuidade. Faz-se numa lógica de trabalho, de actividade política.

Proponho a reflexão de todos sobre o tema. Os militantes de juventudes e os não militantes. Todos temos o dever de fazer algo de positivo pelo nosso país, pelo nosso mundo.

Não nos podemos resignar. Não podemos ficar nos nossos sofás. Temos que sair. Temos que lutar. Temos de trabalhar. Mas sempre com ética.

2 comentários:

Anónimo 22 de setembro de 2008 às 11:53  

Vergonhosa a maneira como põe em 1º lugar a política com um jogo, secundarizando completamente a questão dos valores e ideais, que são muito mais do que simples "fronteiras" num jogo e que deviam impregnar toda a acção e motivações políticas!

É uma postura igualmente característica da JS e da JSD, pelo menos.

Se gosta de joguinhos, porque não tenta as damas ou a batalha naval?

Tiago Mendonça 22 de setembro de 2008 às 13:55  

A expressão política pode ser analisada de prismas diferentes. Temos a actividade política, nobre e que representa o que queremos fazer pelos outros. Temos o jogo político, enérgico e combativo mas sempre dentro de um limite de ética e respeito.

Concordo que os valores e os ideias devam pautar todo o comportamento de político. É disso mesmo que falo neste texto.

A capacidade de ver e ler mais além é uma virtude.