É o samba de Lisboa.

>> sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Vai para a cobrança do livre Deco, Pepe cabeceia e é golo do Brasil.

Poderia ser um qualquer relato dando conta de um golo do escrete. Mas não, se ouvirmos isto na rádio, deveremos saltar e comemorar o golo da selecção nacional Portuguesa. Liedson também já lá esta e Hulk não fecha a porta se…não tiver oportunidade de ser convocado para o Brasil.

Julgo que a questão da naturalização é obviamente um direito que assiste a um qualquer cidadão que viva durante um determinado período de tempo no nosso país, que não deve ser excluído dos jogadores de futebol. Acho também, que um futebolista após passar vários anos no nosso país deve ter um estatuto similar ao dos jogadores comunitários, não contando como jogadores extra-comunitários. Agora julgo que só deve vestir a camisola Nacional quem nasceu efectivamente no nosso país.

Pense-se, que um qualquer multimilionário poderia comprar uma equipa qualquer no Sudão, pagar dois milhões de euros por mês a 11 jogadores de nível internacional, com a condição de eles se manterem por lá mais de 5 anos, pedindo todos a nacionalidade Sudanesa e fazendo daquela selecção uma potência futebolística incomparável.

É desvirtuar completamente o que de melhor têm as selecções nacionais. Aquilo que faz portistas, sportinguistas e benfiquistas festejarem efusivamente. O Espírito de que é toda a nação a ser representada. Sinceramente, e embora prefira obviamente que Portugal vença os seus jogos, é me difícil festejar da mesma forma um golo vindo de Pepe ou de Raul Meireles, Moutinho ou Nuno Gomes.

E a regra deve ser sempre igual. Não se deve aceitar jogadores que não tenham, efectivamente, nascido em território português. De todo o modo a situação de Liedson é ainda mais gritante, do que a de Deco, por exemplo, já que o primeiro chegou ao nosso país já aos 25 ou 26 anos, está em fim de carreira e sem qualquer possibilidade de chegar à selecção do Brasil, realidade bem diferente do que a sucedeu com Deco e até com Pepe. De todo o modo, quanto a mim, nenhum deveria ter sido chamado à selecção das quinas. Não podemos querer a glória a todo o custo.

De qualquer forma, evidentemente, espero que Portugal consiga marcar presença no Mundial em 2010 na África do Sul, independentemente, de fazer alinha no seu onze inicial três jogadores não nascidos em Portugal. Daí, até à maioria dos jogadores não terem nascido neste país à beira-mar plantado, é “um tirinho”.

1 comentários:

Ana 11 de setembro de 2009 às 20:24  

É a invasão de brasileiros nas selecções nacionais.

Segundo o que li no semanário SOL à duas semanas, nove das 30 melhores selecções no ranking da FIFA utilizam este tipo de jogadores neutralizados. E dentro destes, apenas o México vai mais longe que Portugal, contando com 4 jogadores neutralizados. Espanha, Alemanha, Croácia, Ucrânia, Paraguai e Turquia contam "apenas" com um neutralizado cada, Bulgária com dois.

Dá que pensar. Que tipo de selecções, ditas NACIONAIS, querem as pessoas e a FIFA, entidade responsável pelas regras de admissão de jogadores nas selecções? Também a mim me entusiasma ver Portugal qualificado para o Mundial, ainda que com golos de Pepe, Liedson ou Deco... Mas é a qualidade de jogadores portugueses, de raiz, que deve estar representada e não de jogadores brasileiros. E é isso que se deve ter em conta, é isso que deve ser valorizado.

A FIFA que altere as regras, que faça como sugeriu o jornalista do SOL por exemplo. Promover uma regra semelhante à que existe no basquetebol, em que apenas é permitido a admissão de um neutralizado por selecção. Uma boa solução. Não sei se um, se dois, se três. Mas um limite pelo menos. Senão é ver daqui a uns anos a nossa selecção repleta de capangas brasileiros, e para isso já basta a selecção da terra do samba.